testeEscolas criadas há 90 anos e hoje desmembradas foram pioneiras no ensino superior na região
Em 1924, o Brasil vivia a PrimeiraRepública. O prefeito de Ribeirão Preto era João Rodrigues Guião e o governador do Estado de São Paulo, Washington Luís. Na edição de 26 de abril, em destaque, o A Cidade trazia uma notícia auspiciosa: a autorização do governo para a criação da Escola de Pharmacia e Odontologia.
A nota informava, ainda, que os cursos eram destinados “a todos, sem distinção de sexo e nacionalidade. Reger-se-á por regulamento idêntico ao da escola de Pharmacia de Odontologia de São Paulo. O curso de pharmacia será feito em três anos, e o de odontologia, em duas séries (quatro anos)”.

Não havia tempo a perder. Se Ribeirão era uma cidade pujante, o mais importante centro da cafeicultura mundial, com o efervescente Cassino Antárctica, onde os barões do café acendiam charutos com dinheiro, para o deslumbramento das francesas comandadas por Cassoulet, o Brasil estava em ebulição política, com a crise do tenentismo e a Coluna Prestes.
Por isso, agiu-se rápido: no dia 1º de junho, a Sociedade Escola de Pharmacia e Odontologia de Ribeirão Preto, tendo a Associação de Ensino de Ribeirão Preto como mantenedora, foi implantada, em sessão solene no “Gymnásio do Estado”.
Rica história
Relata a historiadora Marlene Amaral Prado (“USP: um pouco de sua história”) que, na época, um grupo de homens reunia-se diariamente, ao anoitecer na “Pharmácia Roxo”, na altura do número 381 da General Osório.
Em um desses encontros, aventou-se a ideia de se dotar Ribeirão Preto de uma escola de ensino superior. Até então, a cidade tinha ensino primário e secundário.
Entre os precursores do ensino superior estavam o professor Lourenço Roselino, os médicos Fernando Castela Simões, Francisco A. Pompeu de Camargo, Ataliba Amaral de Araújo, Eurico de Assis Tavares, Benjamin Anderson Stauffer, Mário Carneiro Leão e os professores Antônio Rrodrigues da Silva, José Rodrigues da Silva, Antônio Baracchini e Gomes dos Reis.
Funcionamento
Os cursos de Farmácia e de Odontologia tiveram início em uma das salas do Gymnásio do Estado – o atual Otoniel Mota - na rua Prudente de Moraes, com 40 alunos matriculados no curso de farmácia e 30 no de odontologia.
Alguns meses depois, as aulas práticas passaram a ser ministradas em um prédio da rua São Sebastião, nº 34, enquanto as teóricas continuavam no Ginásio do Estado.
Pouco depois, as duas escolas mudaram-se para um sobrado localizado na rua São Sebastião, nº 71, entre as ruas Visconde de Inhaúma e Barão do Amazonas.
Em janeiro de 1926 foram inauguradas modernas instalações no prédio de dois pavimentos, na Américo Brasiliense, nº 51 (atual prédio da Caixa Econômica Federal).
Em 5 de março de 1928, por ato do Ministro da Justiça, Viana de Castello, os cursos foram reconhecidos e foram homologadas as primeiras turmas de farmacêuticos e cirurgiões-dentistas.
Novos endereços e separação em março de 1983
Em 1949, o crescimento e necessidade de mais espaços levaram as escolas para novo endereço: o lindo palacete da rua Tibiriçá esquina com a Florêncio de Abreu, ocupado hoje por uma unidade da Polícia Militar.
Até 1958 – 34 anos ininterruptos –, a Odontologia e a Pharmacia foram tocadas pela Associação de Ensino de Ribeirão Preto, comprada por Electro Bonini, e embrião da Unaerp.
Em 6 de dezembro de 1958, a Lei nº 5.015 incorporou as escolas ao Sistema Estadual de Ensino Superior, como instituto isolado. Estava criada a FFORP (Faculdade de Filosofia e Odontologia de Ribeirão Preto). O professor Francisco Degani, da Faculdade de Odontologia da USP, foi seu primeiro diretor.
Incorporação
Em 30 de dezembro de 1974, o governador Laudo Natel incorporou a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto, já instalada no Campus, à Universidade de São Paulo (USP).
Em 10 de março de 1983, o governador José Maria Marin, que assumira no lugar de Paulo Maluf, expediu o Decreto nº 20.786, que modificava o Estatuto e o Regimento Geral da Universidade de São Paulo, desmembrando a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto em duas unidades: Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto e Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto.
Após 59 anos, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas e a Faculdade de Odontologia separavam-se juridicamente.
Mas continuariam - e continuam ainda ainda - unidas espiritualmente, didaticamente e cientificamente, segundo seus professores.
Fonte: Jornal da Cidade
Escolas criadas há 90 anos e hoje desmembradas foram pioneiras no ensino superior na região
Em 1924, o Brasil vivia a PrimeiraRepública. O prefeito de Ribeirão Preto era João Rodrigues Guião e o governador do Estado de São Paulo, Washington Luís. Na edição de 26 de abril, em destaque, o A Cidade trazia uma notícia auspiciosa: a autorização do governo para a criação da Escola de Pharmacia e Odontologia.
A nota informava, ainda, que os cursos eram destinados “a todos, sem distinção de sexo e nacionalidade. Reger-se-á por regulamento idêntico ao da escola de Pharmacia de Odontologia de São Paulo. O curso de pharmacia será feito em três anos, e o de odontologia, em duas séries (quatro anos)”.

Não havia tempo a perder. Se Ribeirão era uma cidade pujante, o mais importante centro da cafeicultura mundial, com o efervescente Cassino Antárctica, onde os barões do café acendiam charutos com dinheiro, para o deslumbramento das francesas comandadas por Cassoulet, o Brasil estava em ebulição política, com a crise do tenentismo e a Coluna Prestes.
Por isso, agiu-se rápido: no dia 1º de junho, a Sociedade Escola de Pharmacia e Odontologia de Ribeirão Preto, tendo a Associação de Ensino de Ribeirão Preto como mantenedora, foi implantada, em sessão solene no “Gymnásio do Estado”.
Rica história
Relata a historiadora Marlene Amaral Prado (“USP: um pouco de sua história”) que, na época, um grupo de homens reunia-se diariamente, ao anoitecer na “Pharmácia Roxo”, na altura do número 381 da General Osório.
Em um desses encontros, aventou-se a ideia de se dotar Ribeirão Preto de uma escola de ensino superior. Até então, a cidade tinha ensino primário e secundário.
Entre os precursores do ensino superior estavam o professor Lourenço Roselino, os médicos Fernando Castela Simões, Francisco A. Pompeu de Camargo, Ataliba Amaral de Araújo, Eurico de Assis Tavares, Benjamin Anderson Stauffer, Mário Carneiro Leão e os professores Antônio Rrodrigues da Silva, José Rodrigues da Silva, Antônio Baracchini e Gomes dos Reis.
Funcionamento
Os cursos de Farmácia e de Odontologia tiveram início em uma das salas do Gymnásio do Estado – o atual Otoniel Mota - na rua Prudente de Moraes, com 40 alunos matriculados no curso de farmácia e 30 no de odontologia.
Alguns meses depois, as aulas práticas passaram a ser ministradas em um prédio da rua São Sebastião, nº 34, enquanto as teóricas continuavam no Ginásio do Estado.
Pouco depois, as duas escolas mudaram-se para um sobrado localizado na rua São Sebastião, nº 71, entre as ruas Visconde de Inhaúma e Barão do Amazonas.
Em janeiro de 1926 foram inauguradas modernas instalações no prédio de dois pavimentos, na Américo Brasiliense, nº 51 (atual prédio da Caixa Econômica Federal).
Em 5 de março de 1928, por ato do Ministro da Justiça, Viana de Castello, os cursos foram reconhecidos e foram homologadas as primeiras turmas de farmacêuticos e cirurgiões-dentistas.
Novos endereços e separação em março de 1983
Em 1949, o crescimento e necessidade de mais espaços levaram as escolas para novo endereço: o lindo palacete da rua Tibiriçá esquina com a Florêncio de Abreu, ocupado hoje por uma unidade da Polícia Militar.
Até 1958 – 34 anos ininterruptos –, a Odontologia e a Pharmacia foram tocadas pela Associação de Ensino de Ribeirão Preto, comprada por Electro Bonini, e embrião da Unaerp.
Em 6 de dezembro de 1958, a Lei nº 5.015 incorporou as escolas ao Sistema Estadual de Ensino Superior, como instituto isolado. Estava criada a FFORP (Faculdade de Filosofia e Odontologia de Ribeirão Preto). O professor Francisco Degani, da Faculdade de Odontologia da USP, foi seu primeiro diretor.
Incorporação
Em 30 de dezembro de 1974, o governador Laudo Natel incorporou a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto, já instalada no Campus, à Universidade de São Paulo (USP).
Em 10 de março de 1983, o governador José Maria Marin, que assumira no lugar de Paulo Maluf, expediu o Decreto nº 20.786, que modificava o Estatuto e o Regimento Geral da Universidade de São Paulo, desmembrando a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto em duas unidades: Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto e Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto.
Após 59 anos, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas e a Faculdade de Odontologia separavam-se juridicamente.
Mas continuariam - e continuam ainda ainda - unidas espiritualmente, didaticamente e cientificamente, segundo seus professores.
Fonte: Jornal da Cidade