testeChicletes à base de xilitol podem ser muito úteis no combate à Streptococcus mutans
Não é novidade que a cárie é uma das mai-ores vilãs da saúde bucal. A Organização Mundial de Saúde estima que, em todo o mundo, cinco bilhões de pessoas sofram de cárie dentária, um número bastante alto.
As buscas para o combate a esse mal, principalmente a Streptococcus mutans, a-parecem de diferentes maneiras, que vão da produção de vacinas (clique e confira matéria do WWOW) à con-fecção de cremes dentais e anti-sépticos bucais mais potentes. Entre as estratégias de se combater as cáries também poderí-amos citar o ato de mascar chicletes sem adição de açúcar.
Goma de mascar para afastar as cáries
As gomas de mascar podem ajudar no combate às cáries a partir do momento que estimulam a salivação e ajudam a manter o pH da cavidade bucal. Uma das novidades nessas gomas de mascar é a utilização do xilitol como substituto dos demais adoçantes.
O xilitol possui uma grande vantagem com relação aos outros adoçantes porque ajuda no combate principalmente às Strepto-coccus mutans ao inibir seu crescimento.

Streptococcus mutans
Um pouco mais sobre o Xilitol
O Xilitol é um álcool cuja fórmula estrutural é C5H12O5. Ele per-tence ao grupo dos polióis, ou seja, possui um grupo de hidroxila (OH) ligado a cada átomo de carbono de sua fórmula.

Fórmula estrutural do Xilitol
Ele foi descoberto em 1891 pelos químicos Emil Fischer e Gabriel Bertrand e pode ser encontrado em liquens, fungos e vegetais. Também pode ser encontrado no ser humano, como um inter-mediário do processo metabólico, mas sua produção é pequena, de 5 a 15 gramas por dia.
Com relação aos outros adoçantes, o xilitol apresenta certas vantagens, como o fato de ser tão doce quanto o açúcar e não deixar aquele gosto amargo na boca após o consumo. O xilitol também é indicado para diabéticos, já que seu metabolismo no organismo independe da produção de insulina.
Ao entrar em contato com a saliva, as características químicas do xilitol produzem uma sensação agradável de frescor, o que faz com que sua utilização seja bastante explorada pelas indústrias de balas, pastilhas e gomas de mascar. Isso se deve ao fato do xilitol apresentar calor de dissolução negativo.
Um inimigo das cáries
Além de apresentar um valor calórico baixo (2,4 kcal por grama), o xilitol possui proprie-dades cariostáticas. Como esse poliol não é metabolizado por microorganismos da flora bucal, as bactérias não conseguem se de-senvolver e não produzem os ácidos respon-sáveis pela degradação do esmalte dental.
O xilitol também pode ser considerado anticariogênico por esti-mular a salivação e possuir capacidade tamponante ao ajudar na manutenção do pH da cavidade bucal. Sua utilização também aumenta a concentração de íons de cálcio e fosfato, o que pode reverter o quadro de cáries recém-formadas graças à indução da remineralização do esmalte.
Estudos realizados pelo finlandês Pentti Alanen et al. no ano 2000 mostraram que o consumo de chicletes com xilitol por crianças de até 10 anos reduziu em mais de 50% a incidência de cáries. Seu resultado também é melhor quando comparado a outros polióis, como o sorbitol e o manitol. Uma pesquisa reali-zada em Belize (entre 1989 e 1993) constatou que o risco de surgimento de cáries entre crianças que consumiam chicletes com xilitol era 50% menor quando comparado ao risco entre as que consumiam chiclete com sorbitol.
Além da utilização do xilitol como substitu-to do açúcar, a substância também pode ser utilizada na confecção de produtos de higiene bucal, como cremes dentais e en-xaguatórios. A combinação do xilitol e do flúor pode trazer resultados muito positi-vos. O uso de cremes dentais com xilitol, quando comparado a um creme dental nor-mal, pode reduzir o aparecimento de cáries em até 12%, e uma concentração de 10% no dentifrício já seria suficiente para po-tencializar sua ação.
Pesquisas também mostraram que o uso de xilitol é muito recomendado entre as gestantes. Ele seria capaz de impedir a transmissão das bactérias causadoras da cárie da mãe para o bebê. A pesquisadora Eva Soderling constatou em 2001 que o consumo de xilitol por gestantes nos últimos meses de gestação e durante a amamentação pode diminuir e até mesmo prevenir a transmissão de cáries para seus filhos.
Produção em larga escala
O xilitol pode ser encontrado em algumas fontes naturais como a banana, o morango e a alface, além de estar presente em fun-gos e liquens. Pelo fato de ser encontrado em pequenas propor-ções, sua extração torna-se inviável.
Uma alternativa encontrada, mais barata, foi obter o xilitol através da hidrogenação da xilose, um açúcar muito encontrado na parede de células vegetais. O processo costuma ser dividido em quatro etapas e o rendimento está diretamente ligado à pureza da solução inicial de xilose. Para se obter um xilitol de alta qualidade, é necessário purificar a xilose, o que torna o processo demorado, além de encarecê-lo.
A maneira mais econômica de se produzir xilitol em larga escala seria a partir da fermentação de soluções ricas em xilose. Por dispensar a fase de purificação da substância, o custo do processo é reduzido e há a possibilidade de utilizar recursos renováveis, minimizando também o impacto ambiental.
No Brasil, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem realizando estudos a fim de dominar o ciclo de produção do xilitol utilizando o bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima. A idéia surgiu porque a cana-de-açúcar é abundante no Brasil e o excedente da produção nacional poderia ser utilizado para a produção do xilitol.
Estima-se que, a cada ano, o Brasil tenha um resíduo entre 5 e 12 milhões de toneladas de bagaço de cana. Desses milhões de toneladas, as usinas utilizam de 60 a 90% como fonte enérgica. Isso significa que no mínimo 500 mil toneladas são desperdi-çadas todo ano.
Se levarmos em consideração que uma tonelada de bagaço de cana pode fornecer aproximadamente 150 quilos de xilitol, somente com os 10% não utilizados poderiam ser produzidas 75 milhões de toneladas de xilitol.

Bagaço de cana-de-açúcar
Higiene bucal ainda é fundamental
A utilização do xilitol em produtos de higiene bucal e gomas de mascar pode ser uma maneira de se intensificar o combate contra as cáries, principalmente contra as Streptococcus mu-tans. Mas nunca é demais ressaltar que bons hábitos de higiene, como escovar os dentes após as refeições e utilizar fio dental, continuam sendo imprescindíveis.
As gomas de mascar adoçadas com xilitol ajudam a impedir que o pH da boca se torne ácido no período entre as refeições, mas o ato de mascar chicletes não substitui a escovação. Além do mais, para que o chiclete mantenha suas propriedades bacteri-cidas, é preciso uma concentração de, no mínimo, 25% de xilitol.
Uma boa higiene oral é fundamental para uma boa saúde bucal, mas as maneiras de se evitar as cáries não param por aí. A própria goma de mascar pode ser utilizada de outras maneiras para combater a Strep-tococcus mutans. Além do xilitol, há outros “ingredientes” que podem transformar o chi-clete em um doce combatente desse mal.
Chicletes à base de xilitol podem ser muito úteis no combate à Streptococcus mutans
Não é novidade que a cárie é uma das mai-ores vilãs da saúde bucal. A Organização Mundial de Saúde estima que, em todo o mundo, cinco bilhões de pessoas sofram de cárie dentária, um número bastante alto.
As buscas para o combate a esse mal, principalmente a Streptococcus mutans, a-parecem de diferentes maneiras, que vão da produção de vacinas (clique e confira matéria do WWOW) à con-fecção de cremes dentais e anti-sépticos bucais mais potentes. Entre as estratégias de se combater as cáries também poderí-amos citar o ato de mascar chicletes sem adição de açúcar.
Goma de mascar para afastar as cáries
As gomas de mascar podem ajudar no combate às cáries a partir do momento que estimulam a salivação e ajudam a manter o pH da cavidade bucal. Uma das novidades nessas gomas de mascar é a utilização do xilitol como substituto dos demais adoçantes.
O xilitol possui uma grande vantagem com relação aos outros adoçantes porque ajuda no combate principalmente às Strepto-coccus mutans ao inibir seu crescimento.

Streptococcus mutans
Um pouco mais sobre o Xilitol
O Xilitol é um álcool cuja fórmula estrutural é C5H12O5. Ele per-tence ao grupo dos polióis, ou seja, possui um grupo de hidroxila (OH) ligado a cada átomo de carbono de sua fórmula.

Fórmula estrutural do Xilitol
Ele foi descoberto em 1891 pelos químicos Emil Fischer e Gabriel Bertrand e pode ser encontrado em liquens, fungos e vegetais. Também pode ser encontrado no ser humano, como um inter-mediário do processo metabólico, mas sua produção é pequena, de 5 a 15 gramas por dia.
Com relação aos outros adoçantes, o xilitol apresenta certas vantagens, como o fato de ser tão doce quanto o açúcar e não deixar aquele gosto amargo na boca após o consumo. O xilitol também é indicado para diabéticos, já que seu metabolismo no organismo independe da produção de insulina.
Ao entrar em contato com a saliva, as características químicas do xilitol produzem uma sensação agradável de frescor, o que faz com que sua utilização seja bastante explorada pelas indústrias de balas, pastilhas e gomas de mascar. Isso se deve ao fato do xilitol apresentar calor de dissolução negativo.
Um inimigo das cáries
Além de apresentar um valor calórico baixo (2,4 kcal por grama), o xilitol possui proprie-dades cariostáticas. Como esse poliol não é metabolizado por microorganismos da flora bucal, as bactérias não conseguem se de-senvolver e não produzem os ácidos respon-sáveis pela degradação do esmalte dental.
O xilitol também pode ser considerado anticariogênico por esti-mular a salivação e possuir capacidade tamponante ao ajudar na manutenção do pH da cavidade bucal. Sua utilização também aumenta a concentração de íons de cálcio e fosfato, o que pode reverter o quadro de cáries recém-formadas graças à indução da remineralização do esmalte.
Estudos realizados pelo finlandês Pentti Alanen et al. no ano 2000 mostraram que o consumo de chicletes com xilitol por crianças de até 10 anos reduziu em mais de 50% a incidência de cáries. Seu resultado também é melhor quando comparado a outros polióis, como o sorbitol e o manitol. Uma pesquisa reali-zada em Belize (entre 1989 e 1993) constatou que o risco de surgimento de cáries entre crianças que consumiam chicletes com xilitol era 50% menor quando comparado ao risco entre as que consumiam chiclete com sorbitol.
Além da utilização do xilitol como substitu-to do açúcar, a substância também pode ser utilizada na confecção de produtos de higiene bucal, como cremes dentais e en-xaguatórios. A combinação do xilitol e do flúor pode trazer resultados muito positi-vos. O uso de cremes dentais com xilitol, quando comparado a um creme dental nor-mal, pode reduzir o aparecimento de cáries em até 12%, e uma concentração de 10% no dentifrício já seria suficiente para po-tencializar sua ação.
Pesquisas também mostraram que o uso de xilitol é muito recomendado entre as gestantes. Ele seria capaz de impedir a transmissão das bactérias causadoras da cárie da mãe para o bebê. A pesquisadora Eva Soderling constatou em 2001 que o consumo de xilitol por gestantes nos últimos meses de gestação e durante a amamentação pode diminuir e até mesmo prevenir a transmissão de cáries para seus filhos.
Produção em larga escala
O xilitol pode ser encontrado em algumas fontes naturais como a banana, o morango e a alface, além de estar presente em fun-gos e liquens. Pelo fato de ser encontrado em pequenas propor-ções, sua extração torna-se inviável.
Uma alternativa encontrada, mais barata, foi obter o xilitol através da hidrogenação da xilose, um açúcar muito encontrado na parede de células vegetais. O processo costuma ser dividido em quatro etapas e o rendimento está diretamente ligado à pureza da solução inicial de xilose. Para se obter um xilitol de alta qualidade, é necessário purificar a xilose, o que torna o processo demorado, além de encarecê-lo.
A maneira mais econômica de se produzir xilitol em larga escala seria a partir da fermentação de soluções ricas em xilose. Por dispensar a fase de purificação da substância, o custo do processo é reduzido e há a possibilidade de utilizar recursos renováveis, minimizando também o impacto ambiental.
No Brasil, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem realizando estudos a fim de dominar o ciclo de produção do xilitol utilizando o bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima. A idéia surgiu porque a cana-de-açúcar é abundante no Brasil e o excedente da produção nacional poderia ser utilizado para a produção do xilitol.
Estima-se que, a cada ano, o Brasil tenha um resíduo entre 5 e 12 milhões de toneladas de bagaço de cana. Desses milhões de toneladas, as usinas utilizam de 60 a 90% como fonte enérgica. Isso significa que no mínimo 500 mil toneladas são desperdi-çadas todo ano.
Se levarmos em consideração que uma tonelada de bagaço de cana pode fornecer aproximadamente 150 quilos de xilitol, somente com os 10% não utilizados poderiam ser produzidas 75 milhões de toneladas de xilitol.

Bagaço de cana-de-açúcar
Higiene bucal ainda é fundamental
A utilização do xilitol em produtos de higiene bucal e gomas de mascar pode ser uma maneira de se intensificar o combate contra as cáries, principalmente contra as Streptococcus mu-tans. Mas nunca é demais ressaltar que bons hábitos de higiene, como escovar os dentes após as refeições e utilizar fio dental, continuam sendo imprescindíveis.
As gomas de mascar adoçadas com xilitol ajudam a impedir que o pH da boca se torne ácido no período entre as refeições, mas o ato de mascar chicletes não substitui a escovação. Além do mais, para que o chiclete mantenha suas propriedades bacteri-cidas, é preciso uma concentração de, no mínimo, 25% de xilitol.
Uma boa higiene oral é fundamental para uma boa saúde bucal, mas as maneiras de se evitar as cáries não param por aí. A própria goma de mascar pode ser utilizada de outras maneiras para combater a Strep-tococcus mutans. Além do xilitol, há outros “ingredientes” que podem transformar o chi-clete em um doce combatente desse mal.