testeNa Unicamp, o objetivo é analisar e aprimorar instrumentos endodônticos rotatórios de níquel-titânio (NiTi)
No Departamento de Engenharia de Materiais e Processos de Fabricação da Unicamp, em Campinas (SP), o mestrando Fabiano Costa Al-meida analisa os micro-mecanismos de fratura envolvidos nos instrumentos endodônticos ro-tatórios de níquel-titânio (NiTi), sob orientação do prof. dr. Itamar Ferreira.
Almeida explica que a utilização de ligas de níquel-titânio com memória de forma foi introduzida na última década de 1960, por um cirurgião-dentista chamado Willian Buheler, que trabalhava no laboratório da marinha norte-americana. Essas ligas foram patenteadas com o nome de Nitinol (Ni - Níquel, Ti - Titânio, NOL - Naval Ordenance Laboratory). Inicialmente, acrescenta o pós-graduando, os engenheiros haviam desenvolvido essa liga para as antenas dos ônibus espaciais, mas, com o tempo, pas-saram a ser utilizadas, após usinadas e adaptadas, também na área de Endodontia, em instrumentos rotatórios de níquel-titânio.
Apesar de serem muito flexíveis e resistirem bem à fadiga, essas limas possuem algumas limitações quanto ao seu uso. Almeida diz que elas apresentam flexibilidade e design variáveis e um período limitado de uso. “A partir desse limite, a lima fica sujeita à fratura, muitas vezes dentro do conduto radicular”, analisa. “Outro fator é o alto custo em relação às limas manuais”, complementa.

Na primeira etapa do trabalho, ele e o orientador Itamar Ferreira analisam a composição desse material, o comportamento do tipo de fratura em laboratório e o comparam com limas rotatórias de NiTi acidentalmente fraturadas dentro dos condutos radiculares durante atividade clínica. O estudo dos micromecanismos de fratura será realizado com o auxílio do Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV). “Após a análise dos micromecanismos de fra-tura, poderemos, então, sugerir a confecção de limas de instru-mentos rotatórios de NiTi com um tratamento de superfície adequado, ou, até mesmo, a composição de uma nova liga no Departamento de Materiais e Processos de Fabricação da Uni-camp”, explica Almeida. Segundo ele, a pesquisa de biomateriais é muito importante para a compreensão da composição dos materiais e a disposição das estruturas que vão interferir em suas propriedades mecânicas, alterando seu comportamento.

Cadeia do polímero sulfona
Como outro exemplo, ele cita a substituição de materiais metálicos por polímeros. A maioria das caixas utilizadas para a esterilização de instrumentais é metálica. Novos materiais à base de polímeros já existem no mercado. Alguns são de policarbonato, que suportam em média de 10 a 50 ciclos de esterilizações em autoclave. Já os polímeros de sulfona supor-tam 100 a 500 ciclos de esterilização. Mas polímeros à base de polife-nilsufona - com uma tolerância aproximada de 5 mil ciclos de esterilização - ainda não são desenvolvidos no Brasil. Segun-do Almeida, esses polímeros podem ser empregados em caixas para esterilização, alicates de Ortodontia, instrumentais clíni-cos, moldeiras e muitas outras especificações. “Essa tecnologia só poderá ser disponibilizada no nosso País através das pesquisas de nossas universidades”, explica.
Fonte: Revista ABO Nacional – Vol. XIV nº 5 out/Nov 2006
Na Unicamp, o objetivo é analisar e aprimorar instrumentos endodônticos rotatórios de níquel-titânio (NiTi)
No Departamento de Engenharia de Materiais e Processos de Fabricação da Unicamp, em Campinas (SP), o mestrando Fabiano Costa Al-meida analisa os micro-mecanismos de fratura envolvidos nos instrumentos endodônticos ro-tatórios de níquel-titânio (NiTi), sob orientação do prof. dr. Itamar Ferreira.
Almeida explica que a utilização de ligas de níquel-titânio com memória de forma foi introduzida na última década de 1960, por um cirurgião-dentista chamado Willian Buheler, que trabalhava no laboratório da marinha norte-americana. Essas ligas foram patenteadas com o nome de Nitinol (Ni - Níquel, Ti - Titânio, NOL - Naval Ordenance Laboratory). Inicialmente, acrescenta o pós-graduando, os engenheiros haviam desenvolvido essa liga para as antenas dos ônibus espaciais, mas, com o tempo, pas-saram a ser utilizadas, após usinadas e adaptadas, também na área de Endodontia, em instrumentos rotatórios de níquel-titânio.
Apesar de serem muito flexíveis e resistirem bem à fadiga, essas limas possuem algumas limitações quanto ao seu uso. Almeida diz que elas apresentam flexibilidade e design variáveis e um período limitado de uso. “A partir desse limite, a lima fica sujeita à fratura, muitas vezes dentro do conduto radicular”, analisa. “Outro fator é o alto custo em relação às limas manuais”, complementa.

Na primeira etapa do trabalho, ele e o orientador Itamar Ferreira analisam a composição desse material, o comportamento do tipo de fratura em laboratório e o comparam com limas rotatórias de NiTi acidentalmente fraturadas dentro dos condutos radiculares durante atividade clínica. O estudo dos micromecanismos de fratura será realizado com o auxílio do Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV). “Após a análise dos micromecanismos de fra-tura, poderemos, então, sugerir a confecção de limas de instru-mentos rotatórios de NiTi com um tratamento de superfície adequado, ou, até mesmo, a composição de uma nova liga no Departamento de Materiais e Processos de Fabricação da Uni-camp”, explica Almeida. Segundo ele, a pesquisa de biomateriais é muito importante para a compreensão da composição dos materiais e a disposição das estruturas que vão interferir em suas propriedades mecânicas, alterando seu comportamento.

Cadeia do polímero sulfona
Como outro exemplo, ele cita a substituição de materiais metálicos por polímeros. A maioria das caixas utilizadas para a esterilização de instrumentais é metálica. Novos materiais à base de polímeros já existem no mercado. Alguns são de policarbonato, que suportam em média de 10 a 50 ciclos de esterilizações em autoclave. Já os polímeros de sulfona supor-tam 100 a 500 ciclos de esterilização. Mas polímeros à base de polife-nilsufona - com uma tolerância aproximada de 5 mil ciclos de esterilização - ainda não são desenvolvidos no Brasil. Segun-do Almeida, esses polímeros podem ser empregados em caixas para esterilização, alicates de Ortodontia, instrumentais clíni-cos, moldeiras e muitas outras especificações. “Essa tecnologia só poderá ser disponibilizada no nosso País através das pesquisas de nossas universidades”, explica.
Fonte: Revista ABO Nacional – Vol. XIV nº 5 out/Nov 2006