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9/5/2025
 
Matéria

- Tecnologia Aplicada
Esperança de vidro

teste

O cimento ionômero de vidro é um material amplamente utilizado em O-dontologia, especialmente em proce-dimentos de Odontopediatria e saúde pública. É indicado para tratamentos de mínima intervenção e restauração atraumática. Em saúde pública é uti-lizado freqüentemente como material para adequação do meio bucal, pro-movendo restaurações em seqüência. Suas principais características são boa compatibilidade, adesão química ao dente, liberação de flúor na cavi-dade bucal, boa estética e facilidade de manipulação. O cimento ionômero de vidro também é objeto de pesquisa da doutoranda do PEMM, Taís Munhoz Machado Garcia de Oliveira. Ela pretende desenvolver um cimento ionômero de vidro com propriedades mecânicas mais resistentes para suportar cargas mastigatórias. “Os cimentos ionômeros de vidro encontrados no mercado possuem resistências mecânicas significativamente diferentes entre si. Minha proposta é controlar a composição química das partículas do vidro e ainda o recobrimento que elas recebem depois de prontas, antes de reagir com o líquido”, explica Taís. O vidro está em fase de produção e caracterização.

Taís acredita que os CDs estão cada vez mais atentos ao que cada produto pode oferecer e à relação entre custo e benefício. O desenvolvimento de novos materiais, em sua opinião, contribui para o avanço da tecnologia nacional e fortalecimento da indústria brasileira. “O mercado para materiais dentários do Brasil é um dos maiores do mundo e ainda é em sua maioria ocupado por produtos importados”, constata. Sua meta é fazer a transferência da tecnologia pesquisada para a indústria. Assim como Camila, considera a possibilidade de abrir uma nova empresa de materiais dentários com colegas cientistas.

A toda prova

Além de desenvolver novos materiais e equipamentos, os cirurgiões-dentistas envolvidos em pesquisas na área de Engenharia também se dedicam a estudar e avaliar os materiais dentários disponíveis no mercado. O objetivo é entender e qualificar o comportamento desses produtos na cavidade oral ao longo do tempo, comparar as propriedades de diferentes marcas e tipos, verificar quais têm melhor desempenho e se o que é prometido pelo fabricante realmente acontece. Como há dificuldades para quantificar os resultados na boca, os testes laboratoriais podem simular as condições do meio e indicar o desempenho dos materiais.

As cirurgiãs-dentistas Bruna Costa Veiga e Aline Demenciano Costa, colegas na graduação, realizam agora suas pesquisas de mestrado com resinas dentárias dentro dessa linha, no La-boratório de Materiais Compósitos do PEMM, sob a orientação do professor Fernando Luiz Bastian. Aline, que deverá apresentar os resultados e defender sua tese em fevereiro de 2007, está estudando dois novos compósitos restauradores híbridos: um é reforçado com nanopartículas, e o outro, com micropartículas. Esses produtos já passaram por ensaios de compressão, des-gaste e dureza, para avaliar suas propriedades mecânicas, como o tamanho, distribuição, dispersão e formato das partículas.

  
As CDs Aline Demenciano Costa e Bruna Costa Veiga

A pesquisadora conta que os resultados obtidos foram explorados e correlacionados às microestruturas de cada resina, para entender o comportamento mecânico delas de acordo com o arranjo estrutural de suas partículas. Aline explica que a relação entre mecânica e arranjo estrutural foi feita “pois há evidências teóricas e experimentais que enfatizam o papel das partículas de preenchimento no aperfeiçoamento das proprie-dades mecânicas do compósito”. Por esse motivo, os pesqui-sadores buscam desenvolver “microestruturas cada vez mais refinadas em sua dispersão, tamanho, geometria e fração volumétrica”.

Já Bruna faz em seu estudo uma comparação entre resinas diretas e indiretas, para verificar qual delas tem melhor utilidade, e tenta confirmar se as propriedades dos produtos mais modernos realmente correspondem ao que o fabricante anuncia. Para desenvolver essa pesquisa, que está em seu início, a cirurgiã-dentista vai realizar os mesmos testes mecânicos realizados por Aline, além do de resistência à flexão.

O objetivo do trabalho, segundo Bruna, é tentar acabar com o “mito” das resinas indiretas, que são as mais utilizadas pelos profissionais, porém apresentam difícil escolha de cor e pro-priedades não muito elevadas, como demonstrado em estudos anteriores. Isso poderá ser feito através da comparação entre os resultados obtidos na análise desse produto e de duas resinas diretas mais modernas, que são chamadas de universais e, conforme os fabricantes, podem ser usadas como indiretas e são desenvolvidas a partir de nanotecnologia, sendo encon-tradas por um preço mais acessível.

“Essas resinas diretas seriam uma grande vantagem para a clínica, pois o cirurgião-dentista poderia tanto confeccionar uma restauração em consultório como uma faceta, ou onlay e inlay em outro elemento, sem distorção de cores ou perda de propriedades. No entanto, seu uso não é muito difundido.” A pesquisadora acredita que as resinas indiretas ainda são as mais procuradas porque os profissionais têm mais segurança em usá-las, por conhecê-las melhor. “É difícil um profissional apostar em algo duvidoso, são necessários testes comprovados, e é isso que pretendo fazer”.

Além da manipulação dos materiais

Bruna e Aline começaram a se interessar pelo estudo dos materiais dentários ainda na graduação, quando as duas participaram de um projeto de iniciação científica na área. Na pesquisa, elas analisaram as propriedades de diferentes resinas condensáveis com ensaios de resistência à flexão e também a saliva artificial em que as amostras eram estocadas.

Além de ter gostado da experiência com biomateriais dentários na graduação, Bruna conta que optou pela pesquisa na área de Exatas por ser um campo ainda pouco explorado nas faculdades de Odontologia. “Quando saí da faculdade e cliniquei por um ano, percebi que havia uma lacuna e que eu precisava - e queria - conhecer melhor tudo o que usava e indicava, com base somente nas informações do fabricante e na pouca experiência clínica que eu tinha.”

A falta de informações sobre as propriedades dos materiais também foi percebida por Aline já na graduação, “Apenas as indicações e a forma de manipulação eram citadas e pouco sobre o porquê delas”. A cirurgiã-dentista também coloca que os CDs muitas vezes continuam usando no consultório a mesma marca de produto utilizada nas aulas da graduação, por já conhecê-la bem, e não procuram outros que podem ser melhores. “Acredito que a inovação deva partir de dentro da universidade, sempre acompanhada de embasamento científico. É para isso também que os pesquisadores de materiais dentários existem.”

Bruna e Aline dedicam-se exclusivamente à pesquisa e recebem bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), respectivamente. As duas pretendem continuar na pesquisa depois do mestrado, mas pensam em conciliá-la com a clínica. Aline considera ainda atuar na área empresarial.

Fonte: Revista ABO Nacional – Vol. XIV nº 5 out/Nov 2006

O cimento ionômero de vidro é um material amplamente utilizado em O-dontologia, especialmente em proce-dimentos de Odontopediatria e saúde pública. É indicado para tratamentos de mínima intervenção e restauração atraumática. Em saúde pública é uti-lizado freqüentemente como material para adequação do meio bucal, pro-movendo restaurações em seqüência. Suas principais características são boa compatibilidade, adesão química ao dente, liberação de flúor na cavi-dade bucal, boa estética e facilidade de manipulação. O cimento ionômero de vidro também é objeto de pesquisa da doutoranda do PEMM, Taís Munhoz Machado Garcia de Oliveira. Ela pretende desenvolver um cimento ionômero de vidro com propriedades mecânicas mais resistentes para suportar cargas mastigatórias. “Os cimentos ionômeros de vidro encontrados no mercado possuem resistências mecânicas significativamente diferentes entre si. Minha proposta é controlar a composição química das partículas do vidro e ainda o recobrimento que elas recebem depois de prontas, antes de reagir com o líquido”, explica Taís. O vidro está em fase de produção e caracterização.

Taís acredita que os CDs estão cada vez mais atentos ao que cada produto pode oferecer e à relação entre custo e benefício. O desenvolvimento de novos materiais, em sua opinião, contribui para o avanço da tecnologia nacional e fortalecimento da indústria brasileira. “O mercado para materiais dentários do Brasil é um dos maiores do mundo e ainda é em sua maioria ocupado por produtos importados”, constata. Sua meta é fazer a transferência da tecnologia pesquisada para a indústria. Assim como Camila, considera a possibilidade de abrir uma nova empresa de materiais dentários com colegas cientistas.

A toda prova

Além de desenvolver novos materiais e equipamentos, os cirurgiões-dentistas envolvidos em pesquisas na área de Engenharia também se dedicam a estudar e avaliar os materiais dentários disponíveis no mercado. O objetivo é entender e qualificar o comportamento desses produtos na cavidade oral ao longo do tempo, comparar as propriedades de diferentes marcas e tipos, verificar quais têm melhor desempenho e se o que é prometido pelo fabricante realmente acontece. Como há dificuldades para quantificar os resultados na boca, os testes laboratoriais podem simular as condições do meio e indicar o desempenho dos materiais.

As cirurgiãs-dentistas Bruna Costa Veiga e Aline Demenciano Costa, colegas na graduação, realizam agora suas pesquisas de mestrado com resinas dentárias dentro dessa linha, no La-boratório de Materiais Compósitos do PEMM, sob a orientação do professor Fernando Luiz Bastian. Aline, que deverá apresentar os resultados e defender sua tese em fevereiro de 2007, está estudando dois novos compósitos restauradores híbridos: um é reforçado com nanopartículas, e o outro, com micropartículas. Esses produtos já passaram por ensaios de compressão, des-gaste e dureza, para avaliar suas propriedades mecânicas, como o tamanho, distribuição, dispersão e formato das partículas.

  
As CDs Aline Demenciano Costa e Bruna Costa Veiga

A pesquisadora conta que os resultados obtidos foram explorados e correlacionados às microestruturas de cada resina, para entender o comportamento mecânico delas de acordo com o arranjo estrutural de suas partículas. Aline explica que a relação entre mecânica e arranjo estrutural foi feita “pois há evidências teóricas e experimentais que enfatizam o papel das partículas de preenchimento no aperfeiçoamento das proprie-dades mecânicas do compósito”. Por esse motivo, os pesqui-sadores buscam desenvolver “microestruturas cada vez mais refinadas em sua dispersão, tamanho, geometria e fração volumétrica”.

Já Bruna faz em seu estudo uma comparação entre resinas diretas e indiretas, para verificar qual delas tem melhor utilidade, e tenta confirmar se as propriedades dos produtos mais modernos realmente correspondem ao que o fabricante anuncia. Para desenvolver essa pesquisa, que está em seu início, a cirurgiã-dentista vai realizar os mesmos testes mecânicos realizados por Aline, além do de resistência à flexão.

O objetivo do trabalho, segundo Bruna, é tentar acabar com o “mito” das resinas indiretas, que são as mais utilizadas pelos profissionais, porém apresentam difícil escolha de cor e pro-priedades não muito elevadas, como demonstrado em estudos anteriores. Isso poderá ser feito através da comparação entre os resultados obtidos na análise desse produto e de duas resinas diretas mais modernas, que são chamadas de universais e, conforme os fabricantes, podem ser usadas como indiretas e são desenvolvidas a partir de nanotecnologia, sendo encon-tradas por um preço mais acessível.

“Essas resinas diretas seriam uma grande vantagem para a clínica, pois o cirurgião-dentista poderia tanto confeccionar uma restauração em consultório como uma faceta, ou onlay e inlay em outro elemento, sem distorção de cores ou perda de propriedades. No entanto, seu uso não é muito difundido.” A pesquisadora acredita que as resinas indiretas ainda são as mais procuradas porque os profissionais têm mais segurança em usá-las, por conhecê-las melhor. “É difícil um profissional apostar em algo duvidoso, são necessários testes comprovados, e é isso que pretendo fazer”.

Além da manipulação dos materiais

Bruna e Aline começaram a se interessar pelo estudo dos materiais dentários ainda na graduação, quando as duas participaram de um projeto de iniciação científica na área. Na pesquisa, elas analisaram as propriedades de diferentes resinas condensáveis com ensaios de resistência à flexão e também a saliva artificial em que as amostras eram estocadas.

Além de ter gostado da experiência com biomateriais dentários na graduação, Bruna conta que optou pela pesquisa na área de Exatas por ser um campo ainda pouco explorado nas faculdades de Odontologia. “Quando saí da faculdade e cliniquei por um ano, percebi que havia uma lacuna e que eu precisava - e queria - conhecer melhor tudo o que usava e indicava, com base somente nas informações do fabricante e na pouca experiência clínica que eu tinha.”

A falta de informações sobre as propriedades dos materiais também foi percebida por Aline já na graduação, “Apenas as indicações e a forma de manipulação eram citadas e pouco sobre o porquê delas”. A cirurgiã-dentista também coloca que os CDs muitas vezes continuam usando no consultório a mesma marca de produto utilizada nas aulas da graduação, por já conhecê-la bem, e não procuram outros que podem ser melhores. “Acredito que a inovação deva partir de dentro da universidade, sempre acompanhada de embasamento científico. É para isso também que os pesquisadores de materiais dentários existem.”

Bruna e Aline dedicam-se exclusivamente à pesquisa e recebem bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), respectivamente. As duas pretendem continuar na pesquisa depois do mestrado, mas pensam em conciliá-la com a clínica. Aline considera ainda atuar na área empresarial.

Fonte: Revista ABO Nacional – Vol. XIV nº 5 out/Nov 2006

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