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9/5/2025
 
Matéria

- Geral
Combatendo os distúrbios alimentares

teste

Distúrbios como a anorexia nervosa e a bulimia podem ser detectados dentro do consultório odontológico

No mundo atual, muitas pessoas tornam-se reféns da estética. A aparência física, como ter um corpo parecido com o de modelos ou atores e atrizes da televisão, tem uma importância cada vez maior.

Essa obsessão pela estética pode levar as pessoas a praticar exercícios físicos em excesso ou a prejudicar o próprio orga-nismo para se manter abaixo do peso. Um dos problemas que essa obsessão pode causar são os distúrbios alimentares. Entre os mais freqüentes, podemos citar a bulimia e a anorexia, carac-terizados por métodos drásticos de se reduzir peso.

Anorexia

A anorexia é caracterizada pela ingestão de alimentos em quan-tidade muito baixa. Ela costuma atingir adolescentes, geralmen-te entre 12 e 18 anos, sendo que na maioria dos casos é pre-sente no sexo feminino, os homens representam apenas 10% das pessoas que sofrem de anorexia.

Normalmente, a paciente anoréxica possui o peso abaixo do nor-mal, mas mesmo assim continua em busca de um peso cada vez mais baixo. Isso acontece porque ela não se enxerga magra, ela continua se achando gorda.

Para atingir seu objetivo, a paciente diminui o número de refei-ções e a quantidade de alimentos ingeridos. O corte na alimen-tação é acompanhado pelo uso de laxantes e diuréticos, além da prática excessiva de exercícios físicos.

A anorexia faz com que o organismo fique extremamente debili-tado. A pessoa, mesmo abaixo do peso, continua ingerindo uma dieta hipocalórica ou nem se alimentando, precisando, muitas vezes, ser encaminhada ao hospital. Há inclusive o risco de mortalidade, que gira em torno de 5 a 15% dos casos.

Bulimia

As pessoas que sofrem de bulimia também são na maioria do sexo feminino (de 90 a 95% dos casos), com idade entre 20 e 40 anos. Assim como na anorexia, há uma obsessiva busca pela perda de peso para se enquadrar nos padrões impostos pela sociedade.

Ao contrário da paciente anoréxica, que deixa de se alimentar, a pessoa portadora de bulimia nervosa continua se alimentando. Ela busca a perda de peso através de uma dieta rígida e exercícios físicos, mas, em algum momento do dia, saem dessa dieta e comem compulsivamente. Enquanto uma dieta normal costuma apresentar de 2000 a 2500 calorias diárias, uma pessoa com bulimia pode ingerir de 5000 a 15000 calorias!


Excesso de calorias

Após uma das crises que há esse consumo excessivo, a bulímica é abatida por um terrível sentimento de culpa. Com o intuito de tentar corrigir o erro cometido, a pessoa busca uma maneira de se livrar de todas essas calorias tomando laxantes, diuréticos ou, até mesmo, induzindo vômitos.

A bulimia muitas vezes não é percebida pelos familiares, amigos ou colegas de trabalho. Ao contrário da anorexia, caracterizada pela excessiva perdas de peso, nem todas as pessoas que sofrem de bulimia ficam com essa aparência, algumas, inclusive, são obesas. Isso dificulta o diagnóstico da doença, que pode persistir por anos sem ser diagnosticada. O risco de óbito entre os pacientes com bulimia também não é conhecido.

Reflexos na saúde bucal

Assim como vários outros problemas de saúde, os distúrbios alimentares também causam danos à saúde bucal. Como a anorexia e a bulimia envolvem diretamente a cavidade bucal, os reflexos e sintomas são bastante visíveis.

Um paciente portador de anorexia ou bulimia pode apresentar diversos problemas bucais como o desgaste do esmalte dental, hipersensibilidade dentinária, xerostomia, problemas gengivais e aumento no número de lesões cariosas.

  • Esmalte desgastado

Ao induzir o vômito, o paciente bulímico traz à sua cavidade bucal o ácido gástrico. A substância ácida, com o passar do tempo, acaba corroendo o esmalte dentário, causando um desgaste na face palatina dos dentes anteriores. A severidade dos desgastes está diretamente ligada à freqüência e duração dos vômitos e pode levar a problemas mais sérios, como a expo-sição do conduto nervoso do dente ou uma cúspide palatina totalmente corroída.

A ação dos ácidos gástricos junto ao esmalte muitas vezes é potencializada com a ajuda da escova dental. Isso porque algumas pessoas, após regurgitarem, acabam removendo o esmalte já afetado pelos ácidos com a escovação, em alguns casos, agressiva.

  • Xerostomia

Um bom fluxo salivar é essencial para a redução da acidez na cavidade bucal. Porém, a baixa quantidade de saliva, ou xeros-tomia, também é um problema freqüente nesse tipo de paciente.

Isso porque os distúrbios alimentares muitas vezes são acompa-nhados de depressão, que é combatida a partir da utilização de medicamentos que causam a diminuição do fluxo salivar. A xe-rostomia também pode estar relacionada a deficiências vitamí-nicas e a uma má nutrição, muito comuns entre pacientes com transtornos alimentares.

  • Restaurações

Como decorrência do desgaste do esmalte adjacente às restau-rações, elas permanecem intactas, dando o aspecto de “Ilhas”. Isso acontece tanto com as restaurações em amálgama, como com as em resina composta.

Ao realizar alguma restauração em pacientes bulímicos ou ano-réxicos é sempre indicada a utilização de materiais que não sejam solúveis em ácido, como o cimento de ionômero de vidro.

Diagnóstico precoce no consultório

Como tratado anteriormente, os transtornos alimentares muitas vezes demoram para ser diagnosticados, principalmente quando falamos de bulimia. Os sinais da bulimia não costumam ser muito aparentes e podem passar desapercebidos, mas, ao analisarmos a saúde bucal desses pacientes, podemos perceber vários indícios, como os retratados acima.

Além de ficar atento a problemas como desgaste do esmalte na região palatina dos dentes anteriores e “ilhas de amálgama”, uma boa anamnese é fundamental para conhecer os hábitos alimentares de seus pacientes e também para conseguir a confiança dele.

Caso seja constatado que algum paciente sofra de bulimia ou anorexia, o mais indicado é encaminhá-lo para o tratamento. Caso contrário, estaremos combatendo apenas os sinais clíni-cos, e não a doença. Também é importante lembrar que quanto antes o transtorno for diagnosticado e tratado, menor será a chance de aparecerem conseqüências graves, que podem chegar inclusive à morte.

O cirurgião-dentista costuma ser o primeiro a diagnosticar a doença, pois os primeiros sinais aparecem na boca. Por isso, a atenção dentro do consultório odontológico deve ser dobrada!


Redobrando a atenção

Tratamento dos distúrbios

Os transtornos alimentares devem ser tratados por uma equipe médica, que envolve médicos, psicólogos, nutricionistas e, claro, odontologistas. É importante que os profissionais realmente trabalhem em equipe, para que o tratamento seja cada vez melhor e mais eficiente.

Como os pacientes bulímicos e anoréxicos possuem uma preocu-pação excessiva com a aparência, o cirurgião-dentista pode au-xiliar muito no tratamento como um todo ao resgatar sua auto-estima. Esse tratamento pode variar de simples restaurações a uma recuperação bucal completa (em caso de perda de substância dental).

Também é preciso que o paciente tome algumas precauções, como fazer um bochecho com água e bicarbonato de sódio logo após a regurgitação, para impedir que o pH ácido continue agindo sobre os dentes ou tomar cuidado ao escovar os dentes, pois o excesso de força na hora da escovação pode prejudicar ainda mais o esmalte que já está frágil.

Auxiliando no diagnóstico e trabalhando em conjunto com equipe de tratamento (sem tratar apenas dos sinais clínicos), o cirur-gião-dentista pode ajudar – e muito – a combater os distúrbios alimentares como a anorexia e a bulimia, tão freqüentes nos dias de hoje. Para isso, é preciso ficar atento a todo e qualquer sinal clínico suspeito.

Distúrbios como a anorexia nervosa e a bulimia podem ser detectados dentro do consultório odontológico

No mundo atual, muitas pessoas tornam-se reféns da estética. A aparência física, como ter um corpo parecido com o de modelos ou atores e atrizes da televisão, tem uma importância cada vez maior.

Essa obsessão pela estética pode levar as pessoas a praticar exercícios físicos em excesso ou a prejudicar o próprio orga-nismo para se manter abaixo do peso. Um dos problemas que essa obsessão pode causar são os distúrbios alimentares. Entre os mais freqüentes, podemos citar a bulimia e a anorexia, carac-terizados por métodos drásticos de se reduzir peso.

Anorexia

A anorexia é caracterizada pela ingestão de alimentos em quan-tidade muito baixa. Ela costuma atingir adolescentes, geralmen-te entre 12 e 18 anos, sendo que na maioria dos casos é pre-sente no sexo feminino, os homens representam apenas 10% das pessoas que sofrem de anorexia.

Normalmente, a paciente anoréxica possui o peso abaixo do nor-mal, mas mesmo assim continua em busca de um peso cada vez mais baixo. Isso acontece porque ela não se enxerga magra, ela continua se achando gorda.

Para atingir seu objetivo, a paciente diminui o número de refei-ções e a quantidade de alimentos ingeridos. O corte na alimen-tação é acompanhado pelo uso de laxantes e diuréticos, além da prática excessiva de exercícios físicos.

A anorexia faz com que o organismo fique extremamente debili-tado. A pessoa, mesmo abaixo do peso, continua ingerindo uma dieta hipocalórica ou nem se alimentando, precisando, muitas vezes, ser encaminhada ao hospital. Há inclusive o risco de mortalidade, que gira em torno de 5 a 15% dos casos.

Bulimia

As pessoas que sofrem de bulimia também são na maioria do sexo feminino (de 90 a 95% dos casos), com idade entre 20 e 40 anos. Assim como na anorexia, há uma obsessiva busca pela perda de peso para se enquadrar nos padrões impostos pela sociedade.

Ao contrário da paciente anoréxica, que deixa de se alimentar, a pessoa portadora de bulimia nervosa continua se alimentando. Ela busca a perda de peso através de uma dieta rígida e exercícios físicos, mas, em algum momento do dia, saem dessa dieta e comem compulsivamente. Enquanto uma dieta normal costuma apresentar de 2000 a 2500 calorias diárias, uma pessoa com bulimia pode ingerir de 5000 a 15000 calorias!


Excesso de calorias

Após uma das crises que há esse consumo excessivo, a bulímica é abatida por um terrível sentimento de culpa. Com o intuito de tentar corrigir o erro cometido, a pessoa busca uma maneira de se livrar de todas essas calorias tomando laxantes, diuréticos ou, até mesmo, induzindo vômitos.

A bulimia muitas vezes não é percebida pelos familiares, amigos ou colegas de trabalho. Ao contrário da anorexia, caracterizada pela excessiva perdas de peso, nem todas as pessoas que sofrem de bulimia ficam com essa aparência, algumas, inclusive, são obesas. Isso dificulta o diagnóstico da doença, que pode persistir por anos sem ser diagnosticada. O risco de óbito entre os pacientes com bulimia também não é conhecido.

Reflexos na saúde bucal

Assim como vários outros problemas de saúde, os distúrbios alimentares também causam danos à saúde bucal. Como a anorexia e a bulimia envolvem diretamente a cavidade bucal, os reflexos e sintomas são bastante visíveis.

Um paciente portador de anorexia ou bulimia pode apresentar diversos problemas bucais como o desgaste do esmalte dental, hipersensibilidade dentinária, xerostomia, problemas gengivais e aumento no número de lesões cariosas.

  • Esmalte desgastado

Ao induzir o vômito, o paciente bulímico traz à sua cavidade bucal o ácido gástrico. A substância ácida, com o passar do tempo, acaba corroendo o esmalte dentário, causando um desgaste na face palatina dos dentes anteriores. A severidade dos desgastes está diretamente ligada à freqüência e duração dos vômitos e pode levar a problemas mais sérios, como a expo-sição do conduto nervoso do dente ou uma cúspide palatina totalmente corroída.

A ação dos ácidos gástricos junto ao esmalte muitas vezes é potencializada com a ajuda da escova dental. Isso porque algumas pessoas, após regurgitarem, acabam removendo o esmalte já afetado pelos ácidos com a escovação, em alguns casos, agressiva.

  • Xerostomia

Um bom fluxo salivar é essencial para a redução da acidez na cavidade bucal. Porém, a baixa quantidade de saliva, ou xeros-tomia, também é um problema freqüente nesse tipo de paciente.

Isso porque os distúrbios alimentares muitas vezes são acompa-nhados de depressão, que é combatida a partir da utilização de medicamentos que causam a diminuição do fluxo salivar. A xe-rostomia também pode estar relacionada a deficiências vitamí-nicas e a uma má nutrição, muito comuns entre pacientes com transtornos alimentares.

  • Restaurações

Como decorrência do desgaste do esmalte adjacente às restau-rações, elas permanecem intactas, dando o aspecto de “Ilhas”. Isso acontece tanto com as restaurações em amálgama, como com as em resina composta.

Ao realizar alguma restauração em pacientes bulímicos ou ano-réxicos é sempre indicada a utilização de materiais que não sejam solúveis em ácido, como o cimento de ionômero de vidro.

Diagnóstico precoce no consultório

Como tratado anteriormente, os transtornos alimentares muitas vezes demoram para ser diagnosticados, principalmente quando falamos de bulimia. Os sinais da bulimia não costumam ser muito aparentes e podem passar desapercebidos, mas, ao analisarmos a saúde bucal desses pacientes, podemos perceber vários indícios, como os retratados acima.

Além de ficar atento a problemas como desgaste do esmalte na região palatina dos dentes anteriores e “ilhas de amálgama”, uma boa anamnese é fundamental para conhecer os hábitos alimentares de seus pacientes e também para conseguir a confiança dele.

Caso seja constatado que algum paciente sofra de bulimia ou anorexia, o mais indicado é encaminhá-lo para o tratamento. Caso contrário, estaremos combatendo apenas os sinais clíni-cos, e não a doença. Também é importante lembrar que quanto antes o transtorno for diagnosticado e tratado, menor será a chance de aparecerem conseqüências graves, que podem chegar inclusive à morte.

O cirurgião-dentista costuma ser o primeiro a diagnosticar a doença, pois os primeiros sinais aparecem na boca. Por isso, a atenção dentro do consultório odontológico deve ser dobrada!


Redobrando a atenção

Tratamento dos distúrbios

Os transtornos alimentares devem ser tratados por uma equipe médica, que envolve médicos, psicólogos, nutricionistas e, claro, odontologistas. É importante que os profissionais realmente trabalhem em equipe, para que o tratamento seja cada vez melhor e mais eficiente.

Como os pacientes bulímicos e anoréxicos possuem uma preocu-pação excessiva com a aparência, o cirurgião-dentista pode au-xiliar muito no tratamento como um todo ao resgatar sua auto-estima. Esse tratamento pode variar de simples restaurações a uma recuperação bucal completa (em caso de perda de substância dental).

Também é preciso que o paciente tome algumas precauções, como fazer um bochecho com água e bicarbonato de sódio logo após a regurgitação, para impedir que o pH ácido continue agindo sobre os dentes ou tomar cuidado ao escovar os dentes, pois o excesso de força na hora da escovação pode prejudicar ainda mais o esmalte que já está frágil.

Auxiliando no diagnóstico e trabalhando em conjunto com equipe de tratamento (sem tratar apenas dos sinais clínicos), o cirur-gião-dentista pode ajudar – e muito – a combater os distúrbios alimentares como a anorexia e a bulimia, tão freqüentes nos dias de hoje. Para isso, é preciso ficar atento a todo e qualquer sinal clínico suspeito.

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