testeEste mês comemora-se o Dia Internacional da Mulher (8 de março), segundo o calendário da ONU. Há mais de 100 anos, formava-se a primeira mulher cirurgiã-dentista do Brasil: Isabella Von Sydow
Em 1899, Chiquinha Gonzaga lançava no Rio de Janeiro a marcha “Ó Abre Alas”, primeira música escrita para o carnaval de que se tem notícia. Surpreendendo ainda mais a sociedade machista do Brasil da virada do século XX, naquele ano outra mulher faria companhia à célebre compositora no quesito pioneirismo: Isabella Von Sydow, que passava a ser a primeira cirurgiã-dentista formada no Brasil.
Isabella graduou-se pela escola de Odontologia da então Facul-dade de Medicina do Rio de Janeiro, que funcionava na Santa Casa de Misericórdia, na Rua Santa Luzia, no Centro – antes dela, apenas três homens, pertencentes à turma inicial, de 1884, haviam concluído a formação. Até 1925, as “escolas de Odontologia” continuariam atreladas às faculdades de “Medicina e Pharmacia”.

Foto do diploma
É de se imaginar que esta filha de alemães nascida na cidade de Cananéia, estado de São Paulo (próxima a Santos), já possuísse na década de 20 uma clientela fiel, que acorria ao seu consul-tório no já tradicional Largo do Machado. Essas informações constam da 3ª edição (1963) do livro “História da Odontologia no Brasil”, de Ernesto Vilela Salles Cunha, primeiro cirurgião-dentista a dedicar-se ao estudo da memória da profissão.
Outra pioneira
Salles Cunha, aliás, dá nome ao museu da Associação Brasileira de Odontologia – Seção Rio de Janeiro, fundado em 1977 e man-tido nas últimas duas décadas pelo diretor da entidade Thales Ribeiro de Magalhães. Além de cirurgião-dentista, Magalhães já exerceu o jornalismo. Credite-se, portanto, ao faro do velho repórter a descoberta de que, cinco anos antes de Isabella Von Sydow, outra brasileira – Antonia d`Ávila – já se graduara em Odontologia. A diferença é que seu diploma não foi expedido em território nacional, mas nos EUA, pelo departamento de Odonto-logia da Universidade da Pensilvânia.
O “furo de reportagem” foi obtido através de uma brasileira moradora de Chicago – “uma de minhas fontes”, completa, com seu ar maroto, o diretor da ABO-RJ.
Se há cerca de um século o Brasil só tinha duas cirurgiãs-dentistas, hoje elas formam a maior fatia entre os profissionais inscritos nos Conselhos de Odontologia, somando exatas 119.220, ou 55% do total dos CDs em atividade no país.
Neste mês de março, no Dia Internacional da Mulher (8), vale recordar as Isabellas e Antonias que, a exemplo da letra da música de Chiquinha Gonzaga, não pediam licença para ocupar seu espaço profissional. Apenas afirmavam: “ó abre alas que eu quero passar”...
Fonte: Marcelo Pinto/Jornal do CFO
Este mês comemora-se o Dia Internacional da Mulher (8 de março), segundo o calendário da ONU. Há mais de 100 anos, formava-se a primeira mulher cirurgiã-dentista do Brasil: Isabella Von Sydow
Em 1899, Chiquinha Gonzaga lançava no Rio de Janeiro a marcha “Ó Abre Alas”, primeira música escrita para o carnaval de que se tem notícia. Surpreendendo ainda mais a sociedade machista do Brasil da virada do século XX, naquele ano outra mulher faria companhia à célebre compositora no quesito pioneirismo: Isabella Von Sydow, que passava a ser a primeira cirurgiã-dentista formada no Brasil.
Isabella graduou-se pela escola de Odontologia da então Facul-dade de Medicina do Rio de Janeiro, que funcionava na Santa Casa de Misericórdia, na Rua Santa Luzia, no Centro – antes dela, apenas três homens, pertencentes à turma inicial, de 1884, haviam concluído a formação. Até 1925, as “escolas de Odontologia” continuariam atreladas às faculdades de “Medicina e Pharmacia”.

Foto do diploma
É de se imaginar que esta filha de alemães nascida na cidade de Cananéia, estado de São Paulo (próxima a Santos), já possuísse na década de 20 uma clientela fiel, que acorria ao seu consul-tório no já tradicional Largo do Machado. Essas informações constam da 3ª edição (1963) do livro “História da Odontologia no Brasil”, de Ernesto Vilela Salles Cunha, primeiro cirurgião-dentista a dedicar-se ao estudo da memória da profissão.
Outra pioneira
Salles Cunha, aliás, dá nome ao museu da Associação Brasileira de Odontologia – Seção Rio de Janeiro, fundado em 1977 e man-tido nas últimas duas décadas pelo diretor da entidade Thales Ribeiro de Magalhães. Além de cirurgião-dentista, Magalhães já exerceu o jornalismo. Credite-se, portanto, ao faro do velho repórter a descoberta de que, cinco anos antes de Isabella Von Sydow, outra brasileira – Antonia d`Ávila – já se graduara em Odontologia. A diferença é que seu diploma não foi expedido em território nacional, mas nos EUA, pelo departamento de Odonto-logia da Universidade da Pensilvânia.
O “furo de reportagem” foi obtido através de uma brasileira moradora de Chicago – “uma de minhas fontes”, completa, com seu ar maroto, o diretor da ABO-RJ.
Se há cerca de um século o Brasil só tinha duas cirurgiãs-dentistas, hoje elas formam a maior fatia entre os profissionais inscritos nos Conselhos de Odontologia, somando exatas 119.220, ou 55% do total dos CDs em atividade no país.
Neste mês de março, no Dia Internacional da Mulher (8), vale recordar as Isabellas e Antonias que, a exemplo da letra da música de Chiquinha Gonzaga, não pediam licença para ocupar seu espaço profissional. Apenas afirmavam: “ó abre alas que eu quero passar”...
Fonte: Marcelo Pinto/Jornal do CFO