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9/5/2025
 
Matéria

- Cirurgia e Traumatologia
Na onda das revoluções tecnológicas e científicas

teste

A CTBMF é hoje exercida, em todas as suas etapas, com suporte de alta tecnologia e por meio de técnicas e materiais em constante aprimoramento. Os objetivos são procedimentos cada vez mais seguros, pouco invasivos, previsíveis e com chances aumentadas de sucesso

A evolução da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais está sempre acompanhada da evolução tecnológica, desenvolvida para atender às demandas de uma complexa especialidade e com o objetivo de aprimorar procedimentos e diagnósticos e tornar os tratamentos mais previsíveis, seguros e confortáveis para o paciente. Além disso, a CTBMF acompanha estes avanços pelo fácil acesso que tem à infra-estrutura hospitalar e convívio próximo com diferentes especialidades da Medicina, Farmácia, Bioquímica, Bioengenharia, entre outras áreas da saúde, e associada, ainda, à Ortodontia, Próteses Bucomaxilofacial e Dentária e Implantodontia.

Muitos dos avanços mais recentes na Cirurgia estão relacionados ao diagnóstico por imagem e, consequentemente, ao melhor planejamento dos procedimentos. “Já é uma realidade em muitos países o uso de métodos avançados de diagnóstico por imagem, com reconstrução tridimensional das estruturas esqueléticas da face por meio de tomografias computadorizadas de tecnologia Axial e Cone Beam, e a reprodução também em 3D destas estruturas por meio de câmeras fotográficas e técnicas de bioprototipagem”, diz a cirurgiã bucomaxilofacial Edela Puricelli.


Reconstrução tridimensional das vias aéreas superiores
utilizando o Software Mimics 10 (Materialise, Bélgica)

Os métodos de análise do esqueleto são complementados por equipamentos de scanner a laser e câmeras especiais, para a reprodução tridimensional também dos tecidos moles. Edela ainda cita a digitalização de modelos de gesso e o auxílio de micro­câmeras para a reprodução intra-oral, oferecendo, assim, uma análise ainda mais completa de toda a face.

“A integração entre diferentes métodos tecnológicos proporciona ganho em reprodução da anatomia craniofacial. É importante ressaltar que o corpo humano é uma estrutura em 3D e, portanto, será melhor analisada por métodos que sejam de natureza semelhante”, reforça a ortodontista Patrícia Alves, doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fellow no Craniofacial Center de Chicago (EUA) e assessora em Tecnologias da equipe de Edela na Santa Casa. Segundo as duas especialistas, as tendências futuras em Cirurgia indicam que o auxílio clínico de tecnologias tridimensionais seja uma realidade cada vez mais evidente, pela própria evolução dos sistemas, redução de custos, reconhecimento dos benefícios que trazem e treinamento dos profissionais nestas tecnologias. Da equipe de CTBMF da Santa Casa também fazem parte os ortodontistas: Mário Morganti, graduado pela University of Southern Califórnia (EUA) e mestre pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) e Letícia M. Boos, mestre pela New York University (EUA), trabalhando em parceria com os cirurgiões bucomaxilofaciais.

Toda essa evolução na captação de dados também vem acompanhada de avanços na capacidade de interpretação dos mesmos: softwares específicos que auxiliam nas etapas de diagnóstico, planejamento e simulações de tratamento e até nas avaliações dos resultados finais. Os aplicativos das plataformas dos softwares podem ainda auxiliar na gerência do atendimento, oferecendo ao clínico maior controle dos casos, formando bases de dados abran­gentes e seguras e oti­mizando o tempo de trabalho.


Aparelho usado na artroscopia, técnica cirúrgica
para tratamento das desordens da ATM

Como se tudo isso não bastasse, a evolução nos recursos tecnológicos empregados no melhor diagnóstico e planejamento de procedimentos cirúrgicos conta ainda com os modernos conhecimentos em Medicina Virtual, que, a partir de técnicas em Física e Engenharia Biomédica e de software, reproduzem digitalmente e com fidelidade as estruturas do corpo humano e deverão, em breve, ser acessíveis aos profissionais. “Programações de sistemas e evoluções tecnológicas poderão, em um futuro próximo, permitir a simulação de procedimentos cirúrgicos complexos em um ambiente virtual bastante semelhante ao que será encontrado no ambiente cirúrgico real”, diz Patrícia. Para Edela, “esses novos recursos aplicados à Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais serão também importantes no ensino e treinamento de profissionais, assim como na troca de informações entre eles e com os próprios pacientes”.

No momento da cirurgia

Além dos recursos e equipamentos auxiliares para diagnóstico e planejamento mais e mais modernos, a CTBMF também evolui nas técnicas e materiais aplicados durante o momento real do procedimento cirúrgico. Nesta área, as possibilidades de enxertos estão aumentando e já é possível trabalhar para que a própria mandíbula do paciente seja a região doadora do osso.

Os homoenxertos, provenientes de transplante ósseo, também se apresentam como uma opção em crescimento, à medida que as ciências da saúde avançam suas pesquisas e descobrem outras partes do corpo que podem ser aproveitadas. “Assim, diante da inexistência de um substituto sintético e da pouca quantidade de osso do paciente para preencher grandes defeitos, as possibilidades de aplicações clínicas de homoenxertos ósseos frescos e congelados começam a se ampliar”, explica Edela Puricelli. Ela ainda completa que, em virtude do crescimento do interesse pelo homoenxerto, o Ministério da Saúde está estimulando a formação de Bancos de Tecidos, que são responsáveis pela retirada, processamento e conservação dos tecidos.


Planejamento e ensino melhores com a reprodução digital
e fiel das estruturas do corpo humano

Nas fixações dos segmentos ósseos, a tendência é substituir os sistemas metálicos por materiais bioabsorvíveis, que se integram perfeitamente ao organismo, não precisando ser removidos. “Estes novos materiais já são uma realidade atualmente, mas seu custo ainda precisa ser compatibilizado com a situação brasileira. Neste momento, estamos restringindo as indicações muito mais para o público infantil”, esclarece Gustavo Martins, coordenador técnico do Serviço de Odontologia Infantil do Hospital da Criança Santo Antônio, que faz parte do Complexo da Santa Casa de Porto Alegre. Este serviço tem desenvolvido amplamente a atuação inter­profissional do cirurgião-dentista com neurocirurgiões, especialistas em Cirurgia de Cabeça e Pescoço e cirurgiões plásticos, dentro de equipes multidisciplinares.

Em relação às técnicas mais avançadas da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais, Edela destaca: “A osteodistração vem se apresentando como a técnica mais revolucionária nas abordagens de anomalias craniomaxilofaciais”. Também chamada de distração osteogênica, ela consiste num processo de neoformação óssea, a partir de um calo cicatricial submetido às forças de tração. A especialista ainda diz que recursos de planejamento tridimensionais podem ser agregados à técnica, permitindo a simulação das direções e vetores da distração óssea, antes de ser realizada.

Daqui para o futuro

A Odontologia também está, através da CTBMF, se aproximando de técnicas cirúrgicas realizadas com navegação assistida por computador, amplamente já divulgadas na Medicina. A mais difundida entre os CDs brasileiros é a artroscopia usada para tratamento das desordens funcionais da ATM, procedimento pouco invasivo, mas que permite ao cirurgião visualizar em um monitor a imagem ampliada das estruturas do paciente e, a partir dela, guiar os procedimentos.


Osteodistração: técnica cirúrgica bastante atual e
baseada em processo de neoformação óssea

A atualidade e o futuro da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais passam também pelas pesquisas com células-tronco extraídas da polpa de dentes, ou manipuladas por bioengenharia para formar novos dentes. “O desenvolvimento dessas técnicas de manipulação celular, com o objetivo de repor tecidos e órgãos, certamente levará ao entendimento de mecanismos complexos, como, por exemplo, os envolvidos na formação dentária”, explica Deise Ponzoni, coordenadora da Comissão de Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

As pesquisas com células-tronco têm contado ainda com o apoio da bióloga Nance B. Nardi, doutora pela Universidade de Londres (Inglaterra) e professora do Programa de Pós-graduação em Diagnóstico Genético Molecular da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), que tem buscado desenvolver linhas de estudos com grupos interinstitucionais para pesquisa no Brasil, formados, inclusive, por pesquisadores da Odontologia. “O potencial regenerador das células-tronco para a formação de tecido ósseo, sem dúvida, poderá ser utilizado em cirurgias da face. Além disso, é possível pensar também, para um futuro não muito distante, na aplicação destas células combinadas a biomateriais e a fatores de crescimento para a regeneração de tecidos”, explica Nance.

Fonte: Revista ABO Nacional – Edição 91 - Vol. XVI nº 4 Ago/Set 2008

A CTBMF é hoje exercida, em todas as suas etapas, com suporte de alta tecnologia e por meio de técnicas e materiais em constante aprimoramento. Os objetivos são procedimentos cada vez mais seguros, pouco invasivos, previsíveis e com chances aumentadas de sucesso

A evolução da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais está sempre acompanhada da evolução tecnológica, desenvolvida para atender às demandas de uma complexa especialidade e com o objetivo de aprimorar procedimentos e diagnósticos e tornar os tratamentos mais previsíveis, seguros e confortáveis para o paciente. Além disso, a CTBMF acompanha estes avanços pelo fácil acesso que tem à infra-estrutura hospitalar e convívio próximo com diferentes especialidades da Medicina, Farmácia, Bioquímica, Bioengenharia, entre outras áreas da saúde, e associada, ainda, à Ortodontia, Próteses Bucomaxilofacial e Dentária e Implantodontia.

Muitos dos avanços mais recentes na Cirurgia estão relacionados ao diagnóstico por imagem e, consequentemente, ao melhor planejamento dos procedimentos. “Já é uma realidade em muitos países o uso de métodos avançados de diagnóstico por imagem, com reconstrução tridimensional das estruturas esqueléticas da face por meio de tomografias computadorizadas de tecnologia Axial e Cone Beam, e a reprodução também em 3D destas estruturas por meio de câmeras fotográficas e técnicas de bioprototipagem”, diz a cirurgiã bucomaxilofacial Edela Puricelli.


Reconstrução tridimensional das vias aéreas superiores
utilizando o Software Mimics 10 (Materialise, Bélgica)

Os métodos de análise do esqueleto são complementados por equipamentos de scanner a laser e câmeras especiais, para a reprodução tridimensional também dos tecidos moles. Edela ainda cita a digitalização de modelos de gesso e o auxílio de micro­câmeras para a reprodução intra-oral, oferecendo, assim, uma análise ainda mais completa de toda a face.

“A integração entre diferentes métodos tecnológicos proporciona ganho em reprodução da anatomia craniofacial. É importante ressaltar que o corpo humano é uma estrutura em 3D e, portanto, será melhor analisada por métodos que sejam de natureza semelhante”, reforça a ortodontista Patrícia Alves, doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fellow no Craniofacial Center de Chicago (EUA) e assessora em Tecnologias da equipe de Edela na Santa Casa. Segundo as duas especialistas, as tendências futuras em Cirurgia indicam que o auxílio clínico de tecnologias tridimensionais seja uma realidade cada vez mais evidente, pela própria evolução dos sistemas, redução de custos, reconhecimento dos benefícios que trazem e treinamento dos profissionais nestas tecnologias. Da equipe de CTBMF da Santa Casa também fazem parte os ortodontistas: Mário Morganti, graduado pela University of Southern Califórnia (EUA) e mestre pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) e Letícia M. Boos, mestre pela New York University (EUA), trabalhando em parceria com os cirurgiões bucomaxilofaciais.

Toda essa evolução na captação de dados também vem acompanhada de avanços na capacidade de interpretação dos mesmos: softwares específicos que auxiliam nas etapas de diagnóstico, planejamento e simulações de tratamento e até nas avaliações dos resultados finais. Os aplicativos das plataformas dos softwares podem ainda auxiliar na gerência do atendimento, oferecendo ao clínico maior controle dos casos, formando bases de dados abran­gentes e seguras e oti­mizando o tempo de trabalho.


Aparelho usado na artroscopia, técnica cirúrgica
para tratamento das desordens da ATM

Como se tudo isso não bastasse, a evolução nos recursos tecnológicos empregados no melhor diagnóstico e planejamento de procedimentos cirúrgicos conta ainda com os modernos conhecimentos em Medicina Virtual, que, a partir de técnicas em Física e Engenharia Biomédica e de software, reproduzem digitalmente e com fidelidade as estruturas do corpo humano e deverão, em breve, ser acessíveis aos profissionais. “Programações de sistemas e evoluções tecnológicas poderão, em um futuro próximo, permitir a simulação de procedimentos cirúrgicos complexos em um ambiente virtual bastante semelhante ao que será encontrado no ambiente cirúrgico real”, diz Patrícia. Para Edela, “esses novos recursos aplicados à Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais serão também importantes no ensino e treinamento de profissionais, assim como na troca de informações entre eles e com os próprios pacientes”.

No momento da cirurgia

Além dos recursos e equipamentos auxiliares para diagnóstico e planejamento mais e mais modernos, a CTBMF também evolui nas técnicas e materiais aplicados durante o momento real do procedimento cirúrgico. Nesta área, as possibilidades de enxertos estão aumentando e já é possível trabalhar para que a própria mandíbula do paciente seja a região doadora do osso.

Os homoenxertos, provenientes de transplante ósseo, também se apresentam como uma opção em crescimento, à medida que as ciências da saúde avançam suas pesquisas e descobrem outras partes do corpo que podem ser aproveitadas. “Assim, diante da inexistência de um substituto sintético e da pouca quantidade de osso do paciente para preencher grandes defeitos, as possibilidades de aplicações clínicas de homoenxertos ósseos frescos e congelados começam a se ampliar”, explica Edela Puricelli. Ela ainda completa que, em virtude do crescimento do interesse pelo homoenxerto, o Ministério da Saúde está estimulando a formação de Bancos de Tecidos, que são responsáveis pela retirada, processamento e conservação dos tecidos.


Planejamento e ensino melhores com a reprodução digital
e fiel das estruturas do corpo humano

Nas fixações dos segmentos ósseos, a tendência é substituir os sistemas metálicos por materiais bioabsorvíveis, que se integram perfeitamente ao organismo, não precisando ser removidos. “Estes novos materiais já são uma realidade atualmente, mas seu custo ainda precisa ser compatibilizado com a situação brasileira. Neste momento, estamos restringindo as indicações muito mais para o público infantil”, esclarece Gustavo Martins, coordenador técnico do Serviço de Odontologia Infantil do Hospital da Criança Santo Antônio, que faz parte do Complexo da Santa Casa de Porto Alegre. Este serviço tem desenvolvido amplamente a atuação inter­profissional do cirurgião-dentista com neurocirurgiões, especialistas em Cirurgia de Cabeça e Pescoço e cirurgiões plásticos, dentro de equipes multidisciplinares.

Em relação às técnicas mais avançadas da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais, Edela destaca: “A osteodistração vem se apresentando como a técnica mais revolucionária nas abordagens de anomalias craniomaxilofaciais”. Também chamada de distração osteogênica, ela consiste num processo de neoformação óssea, a partir de um calo cicatricial submetido às forças de tração. A especialista ainda diz que recursos de planejamento tridimensionais podem ser agregados à técnica, permitindo a simulação das direções e vetores da distração óssea, antes de ser realizada.

Daqui para o futuro

A Odontologia também está, através da CTBMF, se aproximando de técnicas cirúrgicas realizadas com navegação assistida por computador, amplamente já divulgadas na Medicina. A mais difundida entre os CDs brasileiros é a artroscopia usada para tratamento das desordens funcionais da ATM, procedimento pouco invasivo, mas que permite ao cirurgião visualizar em um monitor a imagem ampliada das estruturas do paciente e, a partir dela, guiar os procedimentos.


Osteodistração: técnica cirúrgica bastante atual e
baseada em processo de neoformação óssea

A atualidade e o futuro da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais passam também pelas pesquisas com células-tronco extraídas da polpa de dentes, ou manipuladas por bioengenharia para formar novos dentes. “O desenvolvimento dessas técnicas de manipulação celular, com o objetivo de repor tecidos e órgãos, certamente levará ao entendimento de mecanismos complexos, como, por exemplo, os envolvidos na formação dentária”, explica Deise Ponzoni, coordenadora da Comissão de Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

As pesquisas com células-tronco têm contado ainda com o apoio da bióloga Nance B. Nardi, doutora pela Universidade de Londres (Inglaterra) e professora do Programa de Pós-graduação em Diagnóstico Genético Molecular da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), que tem buscado desenvolver linhas de estudos com grupos interinstitucionais para pesquisa no Brasil, formados, inclusive, por pesquisadores da Odontologia. “O potencial regenerador das células-tronco para a formação de tecido ósseo, sem dúvida, poderá ser utilizado em cirurgias da face. Além disso, é possível pensar também, para um futuro não muito distante, na aplicação destas células combinadas a biomateriais e a fatores de crescimento para a regeneração de tecidos”, explica Nance.

Fonte: Revista ABO Nacional – Edição 91 - Vol. XVI nº 4 Ago/Set 2008

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