testePalestra do cirurgião-dentista e psicanalista Miguel Angel Singh Gil vai mostrar o usou da técnica para eliminar a dor, a ansiedade e o medo durante uma cirurgia de implante

É possível substituir a anestesia química pela hipnose? Na opinião do cirurgião-dentista e psicanalista Miguel Angel Singh Gil, a resposta é sim. Durante o 28o Ciosp - Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, a ser realizado de 30 de janeiro a 03 de fevereiro, o especialista vai mostrar como usou esta técnica para eliminar a dor, a ansiedade e o medo de um homem de 35 anos durante uma cirurgia de implante. A palestra antecipa trechos do estudo “Hipnose e Implantologia” que integra um livro, ainda sem título, com pesquisas de várias especialidades da Odontologia a ser lançado em abril pelo Conselho Científico da APCD – Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas.
Ao lado da terapia de florais, da acupuntura e da homeopatia, a hipnose foi reconhecida em 2008 pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) como prática complementar à saúde bucal. Escrito em 21 páginas, ilustradas com 12 fotos, o artigo encabeçado por Miguel Angel Singh Gil, diretor do Departamento de Hipnose da APCD- Central, tem o mérito de ser um dos primeiros a documentar a aplicação da hipnoanestesia em uma cirurgia de implante no Brasil.
Hipnose - o que é?
A técnica da hipnose consiste em induzir, de forma gradual e em etapas, o paciente ao transe por meio do relaxamento e ativação das memórias positivas. A indução geralmente é provocada pela voz calma, agradável, rítmica, persistente e perspicaz do hipnotizador, e muitas vezes aliada a recursos audiovisuais, como músicas suaves e sons da natureza.
Do ponto de vista científico, a pessoa atinge um estágio similar ao sono, embora permaneça entre o estado de vigília e o do sono fisiológico. É quando ocorre a modificação do estado de consciência. A pessoa sai do estado consciente, no qual prevalece o espírito crítico e uma certa resistência. E entra num estado no qual o inconsciente aflora, mesmo que levemente, e permite ao indivíduo ser levado ao transe hipnótico.
O paciente pode se imaginar em uma praia paradisíaca ou em locais como uma floresta exuberante. Na realidade, ele está num consultório odontológico, hipnotizado, vivenciando cenas de lazer enquanto um dentista realiza o seu trabalho.
No cotidiano, a hipnose aplicada à Odontologia tem o objetivo de facilitar a relação paciente e profissional, além de melhorar a receptividade ao tratamento. “Às vezes, o indivíduo tem medo do motor, do dentista, de sofrer. Nesses casos, a hipnose cumpre o papel de fazer o paciente relaxar”, explica o especialista.
Em seu consultório, Miguel Angel Singh Gil usa o relaxamento progressivo em pessoas tensas e ansiosas. “A pessoa aprende a respirar e o próprio oxigênio acaba acalmando o paciente”, ensina. Ele prefere usar o estágio leve ou médio da hipnose, porque quer que o paciente participe e coopere com o tratamento.
A hipnose pode ser empregada para levar pessoas com bruxismo (ranger ou apertar os dentes de forma involuntária) a não resistir ao uso as placas de mordida - aparelhos removíveis em resina acrílica para proteger os dentes. A técnica é usada também para potencializar o efeito da anestesia química injetável em pessoas muito hipernervosas. “Usamos um ou dois tubetes de anestésico, em lugar de seis, por exemplo”, explica.
Habilitação
O emprego da hipnose por cirurgiões-dentistas habilitados obteve pela primeira vez o reconhecimento legal em 1966, quando o então presidente Alencar Castelo Branco regulamentou o exercício da Odontologia, por meio da lei 5081/66. O CFO reconheceu esta atividade por cirurgiões-dentistas habilitados em setembro de 2008, por meio da resolução 82/2008.
De acordo com este ato normativo, o profissional tem de fazer um curso registrado em uma instituição de ensino, reconhecida pelo CFO. Antes de receber o certificado de conclusão, precisa passar por uma avaliação teórico-prática. Com este documento, o profissional poderá requerer o registro no CFO e a inscrição no Conselho Regional de Odontologia, no qual é inscrito.
Em abril a APCD-Central vai começar a ministrar o curso de habilitação em hipnose, com duração de 200 horas. A entidade fica na rua Voluntários da Pátria, 547, Santana, São Paulo, Capital. Informações pelo telefone (11) 2223-2300 e pelo site www.apcd.org.br.
Cirurgia
A cirurgia relatada no estudo “Hipnose e Implantologia” durou 40 minutos e foi realizada no início de novembro de 2009, no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Participaram dois hipnodontistas. Antes da intervenção, o paciente identificado no trabalho científico pelas iniciais H.M.L. foi submetido a duas sessões de hipnose, num espaço de uma semana.
Na primeira, os especialistas testaram sua sensibilidade, ensinaram o relaxamento pela respiração progressiva e induziram o relaxamento da cabeça, ombros, pés e mãos. Sob efeito hipnótico, ele lembrou da sensação da anestesia injetada para a extração do dente, ocorrida no passado. E foi levado a sentir este adormecimento no local do implante.
Ao voltar ao estado consciente, os hipnodontistas solicitaram a H.M.L. que praticasse exercícios de respiração durante o dia e antes de dormir. “Pedimos que ele incentivasse a imaginação, lembrando dos bons momentos e das paisagens vistas no relaxamento hipnótico”, lembra o dentista.
A segunda sessão foi realizada diretamente na cadeira odontológica e os especialistas usaram luvas cirúrgicas para criar um ambiente mais próximo ao da realidade. O paciente foi induzido a lembrar da sensação da boca anestesiada, que foi transferida para o local do implante. Passou por testes de controle da salivação e sangramento e por simulações de situações que poderiam ocorrer na operação.
Na véspera da cirurgia, o homem fez os exercícios de relaxamento e seguiu a dieta recomendada. Após ser preparado pela equipe, passou do estado de vigília para o transe hipnótico mais profundo.
Para facilitar a concentração do dentista responsável pelo implante, dois hipnodontistas se revezaram para a manutenção do transe. Não houve manifestação de dor. Os processos de sangramento e salivação foram mínimos. O paciente voltou ao estágio de vigília em condição satisfatória e confortável. “O ato cirúrgico foi mais limpo e rápido, resultando num período de pós-operatório mais feliz, com uma cicatrização mais acelerada”, disse Miguel Angel Singh Gil.
Fonte: Lu Fernandes Comunicação e Imprensa - assessoria oficial do 28º CIOSP
Palestra do cirurgião-dentista e psicanalista Miguel Angel Singh Gil vai mostrar o usou da técnica para eliminar a dor, a ansiedade e o medo durante uma cirurgia de implante

É possível substituir a anestesia química pela hipnose? Na opinião do cirurgião-dentista e psicanalista Miguel Angel Singh Gil, a resposta é sim. Durante o 28o Ciosp - Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, a ser realizado de 30 de janeiro a 03 de fevereiro, o especialista vai mostrar como usou esta técnica para eliminar a dor, a ansiedade e o medo de um homem de 35 anos durante uma cirurgia de implante. A palestra antecipa trechos do estudo “Hipnose e Implantologia” que integra um livro, ainda sem título, com pesquisas de várias especialidades da Odontologia a ser lançado em abril pelo Conselho Científico da APCD – Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas.
Ao lado da terapia de florais, da acupuntura e da homeopatia, a hipnose foi reconhecida em 2008 pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) como prática complementar à saúde bucal. Escrito em 21 páginas, ilustradas com 12 fotos, o artigo encabeçado por Miguel Angel Singh Gil, diretor do Departamento de Hipnose da APCD- Central, tem o mérito de ser um dos primeiros a documentar a aplicação da hipnoanestesia em uma cirurgia de implante no Brasil.
Hipnose - o que é?
A técnica da hipnose consiste em induzir, de forma gradual e em etapas, o paciente ao transe por meio do relaxamento e ativação das memórias positivas. A indução geralmente é provocada pela voz calma, agradável, rítmica, persistente e perspicaz do hipnotizador, e muitas vezes aliada a recursos audiovisuais, como músicas suaves e sons da natureza.
Do ponto de vista científico, a pessoa atinge um estágio similar ao sono, embora permaneça entre o estado de vigília e o do sono fisiológico. É quando ocorre a modificação do estado de consciência. A pessoa sai do estado consciente, no qual prevalece o espírito crítico e uma certa resistência. E entra num estado no qual o inconsciente aflora, mesmo que levemente, e permite ao indivíduo ser levado ao transe hipnótico.
O paciente pode se imaginar em uma praia paradisíaca ou em locais como uma floresta exuberante. Na realidade, ele está num consultório odontológico, hipnotizado, vivenciando cenas de lazer enquanto um dentista realiza o seu trabalho.
No cotidiano, a hipnose aplicada à Odontologia tem o objetivo de facilitar a relação paciente e profissional, além de melhorar a receptividade ao tratamento. “Às vezes, o indivíduo tem medo do motor, do dentista, de sofrer. Nesses casos, a hipnose cumpre o papel de fazer o paciente relaxar”, explica o especialista.
Em seu consultório, Miguel Angel Singh Gil usa o relaxamento progressivo em pessoas tensas e ansiosas. “A pessoa aprende a respirar e o próprio oxigênio acaba acalmando o paciente”, ensina. Ele prefere usar o estágio leve ou médio da hipnose, porque quer que o paciente participe e coopere com o tratamento.
A hipnose pode ser empregada para levar pessoas com bruxismo (ranger ou apertar os dentes de forma involuntária) a não resistir ao uso as placas de mordida - aparelhos removíveis em resina acrílica para proteger os dentes. A técnica é usada também para potencializar o efeito da anestesia química injetável em pessoas muito hipernervosas. “Usamos um ou dois tubetes de anestésico, em lugar de seis, por exemplo”, explica.
Habilitação
O emprego da hipnose por cirurgiões-dentistas habilitados obteve pela primeira vez o reconhecimento legal em 1966, quando o então presidente Alencar Castelo Branco regulamentou o exercício da Odontologia, por meio da lei 5081/66. O CFO reconheceu esta atividade por cirurgiões-dentistas habilitados em setembro de 2008, por meio da resolução 82/2008.
De acordo com este ato normativo, o profissional tem de fazer um curso registrado em uma instituição de ensino, reconhecida pelo CFO. Antes de receber o certificado de conclusão, precisa passar por uma avaliação teórico-prática. Com este documento, o profissional poderá requerer o registro no CFO e a inscrição no Conselho Regional de Odontologia, no qual é inscrito.
Em abril a APCD-Central vai começar a ministrar o curso de habilitação em hipnose, com duração de 200 horas. A entidade fica na rua Voluntários da Pátria, 547, Santana, São Paulo, Capital. Informações pelo telefone (11) 2223-2300 e pelo site www.apcd.org.br.
Cirurgia
A cirurgia relatada no estudo “Hipnose e Implantologia” durou 40 minutos e foi realizada no início de novembro de 2009, no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Participaram dois hipnodontistas. Antes da intervenção, o paciente identificado no trabalho científico pelas iniciais H.M.L. foi submetido a duas sessões de hipnose, num espaço de uma semana.
Na primeira, os especialistas testaram sua sensibilidade, ensinaram o relaxamento pela respiração progressiva e induziram o relaxamento da cabeça, ombros, pés e mãos. Sob efeito hipnótico, ele lembrou da sensação da anestesia injetada para a extração do dente, ocorrida no passado. E foi levado a sentir este adormecimento no local do implante.
Ao voltar ao estado consciente, os hipnodontistas solicitaram a H.M.L. que praticasse exercícios de respiração durante o dia e antes de dormir. “Pedimos que ele incentivasse a imaginação, lembrando dos bons momentos e das paisagens vistas no relaxamento hipnótico”, lembra o dentista.
A segunda sessão foi realizada diretamente na cadeira odontológica e os especialistas usaram luvas cirúrgicas para criar um ambiente mais próximo ao da realidade. O paciente foi induzido a lembrar da sensação da boca anestesiada, que foi transferida para o local do implante. Passou por testes de controle da salivação e sangramento e por simulações de situações que poderiam ocorrer na operação.
Na véspera da cirurgia, o homem fez os exercícios de relaxamento e seguiu a dieta recomendada. Após ser preparado pela equipe, passou do estado de vigília para o transe hipnótico mais profundo.
Para facilitar a concentração do dentista responsável pelo implante, dois hipnodontistas se revezaram para a manutenção do transe. Não houve manifestação de dor. Os processos de sangramento e salivação foram mínimos. O paciente voltou ao estágio de vigília em condição satisfatória e confortável. “O ato cirúrgico foi mais limpo e rápido, resultando num período de pós-operatório mais feliz, com uma cicatrização mais acelerada”, disse Miguel Angel Singh Gil.
Fonte: Lu Fernandes Comunicação e Imprensa - assessoria oficial do 28º CIOSP