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O odontopediatra Marcelo Bönecker abordou o tema "Práticas atuais em Odontopediatria Clínica" no 24º CIOSP e, em entrevista exclusiva ao WWOW, falou do futuro da sua especialidade, que trata de crianças de zero a doze anos. Professor pós-doutorado da USP, Bönecker afirmou que "hoje o que há de mais moderno é você acompanhar, observar, fazer tratamentos minimamente invasivos". Para ele, este foi "o principal ganho, nesses últimos anos": a "quebra desse paradigma" que permitiu a consolidação de uma "visão mais integrada, com a medicina, com outras áreas". Cita, por exemplo, o uso de florais de Bach e homeopatia no tratamento do bruxismo em crianças.
Para Marcelo Bönecker, esse olhar mais holístico sobre um paciente que está em fase de crescimento é um ganho para a odontologia. "Isso tem um comprometimento direto com a qualidade de vida do seu paciente. Porque em vez de você cortar, em vez de você - e eu até usaria a palavra amputar - você observa; vê o quanto que é necessário." O professor não descarta o uso de tecnologias como o laser, mas defende primeiro o esgotamento dos recursos naturais. "Vamos fazer primeiro alguma coisa que cause menos impacto ambiental a essa microflora e aí, na medida do possível, você controla o problema."
Outro destaque feito por Bönecker diz respeito às "causas psicossomáticas" de muitos problemas que afetam os pacientes infanto-juvenis da odontopediatria. "A gente está lidando essencialmente com a questão psicológica. Então, a gente tem aquele paciente que traz para a gente, dentro do nosso tratamento, a questão psicológica vivenciada por ele."
Acompanhe a primeira parte da entrevista.
Cris Campos, especial para o Portal WWOW - O que há de novo, de mais importante, na odontopediatria?
Marcelo Bönecker, odontopediatra - "Hoje em dia, o que há de mais importante na odontopediatria clínica não é o avanço tecnológico, é o avanço do entendimento de como a lesão cárie se comporta e como nós estamos tratando desta lesão. Antigamente, as pessoas faziam tratamentos muito mais invasivos e hoje o que há de mais moderno é você acompanhar, observar, fazer tratamentos minimamente invasivos.
Agora, em termos de tecnologia, o que eu diria que há de mais importante na odontopediatria é o laser. O laser está abrindo um campo de novas opções, não só na odontopediatria como em outras áreas também, mas nós, na odontopediatria, estamos tirando muitos proveitos desse avanço tecnológico."
Cris Campos, especial para o Portal WWOW - Quais os reflexos dessas práticas na qualidade de vida dos pacientes e da odontopediatria?
Marcelo Bönecker - "Quando você pensa em técnicas de mínima intervenção, que é o que há de mais novo no aspecto filosófico da questão e que resulta na questão prática. Hoje mesmo, quando eu estava dando o curso, muitas pessoas perguntaram: '- Mas então não usa a broca?' Calma, vamos fazer tratamento menos invasivos, vamos primeiro observar, vamos diagnosticar, vamos acompanhar a evolução desse quadro. Se o quadro necessitar, você aí então intervém. Isso tem um comprometimento direto com a qualidade de vida do seu paciente. Porque em vez de você cortar, em vez de você - e eu até usaria a palavra amputar - você observa; vê o quanto é necessário. Será que eu entro pouco? Será que eu entro muito? O que eu tiro? O que eu não tiro?
E a questão de mínima invasão não é só no quanto se tira, ou não se tira, da estrutura comprometida: é até em termos de tratamento. Vamos fazer primeiro alguma coisa que cause menos impacto ambiental a essa microflora e aí, na medida do possível, você controla o problema. Em termos de qualidade de vida para os paciente, é muito importante."
Cris Campos, especial para o Portal WWOW - Essa visão mais holística então está integrada às perspectivas da odontopediatria clínica?
Marcelo Bönecker - "Sem dúvida. Porque, na verdade, o principal ganho, nesses últimos anos, foi exatamente nessa quebra desse paradigma, na mudança do conceito. As pessoas perguntam: '- O que a gente faz com o bruxismo?' Eu respondo com uma visão mais integrada, com a medicina, com outras áreas, é porque a gente está realmente trabalhando mesmo com isso. Antigamente, eu falava: ‘- O bruxismo, não faz nada, coloca uma placa e resolve o problema para não desgastar o dente.’ Você pode fazer a placa, você vai preservar o dente, mas não vai tratar do problema. Então, onde está o problema, especificamente? Nas causas psicossomáticas. E aí a gente tem, dentro da odontopediatria, um leque de opções muito grandes. Por quê? Porque quando a gente lida com o paciente da odontopediatria, a gente está lidando essencialmente com a questão psicológica. Então, a gente tem aquele paciente que traz para a gente, dentro do nosso tratamento, a questão psicológica vivenciada por ele. Muitas vezes, a gente precisa de um paciente um pouco mais cooperador, um pouco mais engajado, a gente pode também usar técnicas alternativas, explorando um floral de Bach, uma homeopatia.
Então, todo o entendimento da odontopediatria hoje está muito mais focado na criança do que na cavidade bucal e esse é um ganho total, em termos de qualidade de vida. A gente está olhando a criança como um todo, não um dente."
Acompanhe a segunda e última parte da entrevista... clique aqui!
O odontopediatra Marcelo Bönecker abordou o tema "Práticas atuais em Odontopediatria Clínica" no 24º CIOSP e, em entrevista exclusiva ao WWOW, falou do futuro da sua especialidade, que trata de crianças de zero a doze anos. Professor pós-doutorado da USP, Bönecker afirmou que "hoje o que há de mais moderno é você acompanhar, observar, fazer tratamentos minimamente invasivos". Para ele, este foi "o principal ganho, nesses últimos anos": a "quebra desse paradigma" que permitiu a consolidação de uma "visão mais integrada, com a medicina, com outras áreas". Cita, por exemplo, o uso de florais de Bach e homeopatia no tratamento do bruxismo em crianças.
Para Marcelo Bönecker, esse olhar mais holístico sobre um paciente que está em fase de crescimento é um ganho para a odontologia. "Isso tem um comprometimento direto com a qualidade de vida do seu paciente. Porque em vez de você cortar, em vez de você - e eu até usaria a palavra amputar - você observa; vê o quanto que é necessário." O professor não descarta o uso de tecnologias como o laser, mas defende primeiro o esgotamento dos recursos naturais. "Vamos fazer primeiro alguma coisa que cause menos impacto ambiental a essa microflora e aí, na medida do possível, você controla o problema."
Outro destaque feito por Bönecker diz respeito às "causas psicossomáticas" de muitos problemas que afetam os pacientes infanto-juvenis da odontopediatria. "A gente está lidando essencialmente com a questão psicológica. Então, a gente tem aquele paciente que traz para a gente, dentro do nosso tratamento, a questão psicológica vivenciada por ele."
Acompanhe a primeira parte da entrevista.
Cris Campos, especial para o Portal WWOW - O que há de novo, de mais importante, na odontopediatria?
Marcelo Bönecker, odontopediatra - "Hoje em dia, o que há de mais importante na odontopediatria clínica não é o avanço tecnológico, é o avanço do entendimento de como a lesão cárie se comporta e como nós estamos tratando desta lesão. Antigamente, as pessoas faziam tratamentos muito mais invasivos e hoje o que há de mais moderno é você acompanhar, observar, fazer tratamentos minimamente invasivos.
Agora, em termos de tecnologia, o que eu diria que há de mais importante na odontopediatria é o laser. O laser está abrindo um campo de novas opções, não só na odontopediatria como em outras áreas também, mas nós, na odontopediatria, estamos tirando muitos proveitos desse avanço tecnológico."
Cris Campos, especial para o Portal WWOW - Quais os reflexos dessas práticas na qualidade de vida dos pacientes e da odontopediatria?
Marcelo Bönecker - "Quando você pensa em técnicas de mínima intervenção, que é o que há de mais novo no aspecto filosófico da questão e que resulta na questão prática. Hoje mesmo, quando eu estava dando o curso, muitas pessoas perguntaram: '- Mas então não usa a broca?' Calma, vamos fazer tratamento menos invasivos, vamos primeiro observar, vamos diagnosticar, vamos acompanhar a evolução desse quadro. Se o quadro necessitar, você aí então intervém. Isso tem um comprometimento direto com a qualidade de vida do seu paciente. Porque em vez de você cortar, em vez de você - e eu até usaria a palavra amputar - você observa; vê o quanto é necessário. Será que eu entro pouco? Será que eu entro muito? O que eu tiro? O que eu não tiro?
E a questão de mínima invasão não é só no quanto se tira, ou não se tira, da estrutura comprometida: é até em termos de tratamento. Vamos fazer primeiro alguma coisa que cause menos impacto ambiental a essa microflora e aí, na medida do possível, você controla o problema. Em termos de qualidade de vida para os paciente, é muito importante."
Cris Campos, especial para o Portal WWOW - Essa visão mais holística então está integrada às perspectivas da odontopediatria clínica?
Marcelo Bönecker - "Sem dúvida. Porque, na verdade, o principal ganho, nesses últimos anos, foi exatamente nessa quebra desse paradigma, na mudança do conceito. As pessoas perguntam: '- O que a gente faz com o bruxismo?' Eu respondo com uma visão mais integrada, com a medicina, com outras áreas, é porque a gente está realmente trabalhando mesmo com isso. Antigamente, eu falava: ‘- O bruxismo, não faz nada, coloca uma placa e resolve o problema para não desgastar o dente.’ Você pode fazer a placa, você vai preservar o dente, mas não vai tratar do problema. Então, onde está o problema, especificamente? Nas causas psicossomáticas. E aí a gente tem, dentro da odontopediatria, um leque de opções muito grandes. Por quê? Porque quando a gente lida com o paciente da odontopediatria, a gente está lidando essencialmente com a questão psicológica. Então, a gente tem aquele paciente que traz para a gente, dentro do nosso tratamento, a questão psicológica vivenciada por ele. Muitas vezes, a gente precisa de um paciente um pouco mais cooperador, um pouco mais engajado, a gente pode também usar técnicas alternativas, explorando um floral de Bach, uma homeopatia.
Então, todo o entendimento da odontopediatria hoje está muito mais focado na criança do que na cavidade bucal e esse é um ganho total, em termos de qualidade de vida. A gente está olhando a criança como um todo, não um dente."
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