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Pesquisa realizada pelo cirurgião-dentista José Luis Muñante-Cárdenas na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) apontou que os tombos de bicicleta foram as principais causas de traumatismos na face de crianças e adolescentes atendidos pela Área de Cirurgia Buco-maxilo-facial. Levantamento feito pelo especialista mostrou que 27% dos 757 pacientes que passaram pela unidade tiveram lesões faciais motivadas pelos acidentes ciclísticos. Neste sentido, a pesquisa alerta para a necessidade de os pais ficarem mais atentos aos passeios de bicicleta dos filhos, sobretudo com relação ao uso de dispositivos de segurança. A segunda causa das fraturas nos ossos da face ficou por conta das quedas das mais variadas, somando 16%.
O que chama a atenção no estudo desenvolvido por Muñante-Cárdenas foi a alta porcentagem de pacientes que não usaram capacetes e equipamentos preventivos que atenuam as consequências dos acidentes de uma maneira geral. No caso das bicicletas, 98% não estavam utilizando nenhum dispositivo de segurança na hora do acidente. Acidentes de carro e moto foram responsáveis por 10% e 8% dos casos, respectivamente trata-se, segundo o especialista, de outro grande problema que requer ações preventivas. Em média, 77% das crianças acidentadas não estavam com cinto de segurança ou aparelho de proteção nos veículos no momento da ocorrência. Já no caso das motos, embora a maioria 65% estivesse utilizando capacete, 34% dos atendidos estavam sem o dispositivo.

Equipamentos preventivos
"Isto denota uma falta na prevenção de acidentes por parte dos pais ou pessoas responsáveis por essas crianças. Em minha opinião, seriam necessárias ações educativas mais incisivas que minimizassem o problema" , alerta Muñante-Cárdenas, que no estudo identificou que os meninos são os campeões em acidentes que envolvem o traumatismo facial, pois somaram 70% dos casos, enquanto as meninas totalizaram 227 atendimentos, ou seja, quase 30%.
O estudo, orientado pelo professor José Ricardo de Albergaria Barbosa, contemplou o período de 1999 a 2008 para se analisar as diferentes características das fraturas faciais na população pediátrica atendida na região de Piracicaba, que envolve também os municípios de Rio Claro e Limeira. Em dez anos, os atendimentos totalizaram 2.986, mas Muñante-Cárdenas focou seu trabalho apenas nos pacientes menores de 18 anos.
"Os estudos epidemiológicos de lesões faciais permitem o desenho das circunstâncias de risco e a identificação dos indivíduos mais suscetíveis a elas. Outro aspecto importante é que a avaliação da eficácia do tratamento instituído e a compreensão de suas complicações permitem uma interpretação realista e coerente da melhor forma como estes doentes devem ser conduzidos" , destaca o cirurgião-dentista.
A pesquisa apontou também que o osso facial mais afetado por fraturas foi a mandíbula. Este diagnóstico somou 44,8% dos casos, sendo o tratamento cirúrgico realizado em 49% deles. Há que se lembrar as complicações no pós-operatório decorrente dos processos cirúrgicos, que no estudo, os mais comuns foram hemorragia, infecções, perda do material de fixação interna, alteração da sensibilidade e restrição da movimentação ocular. Já as fraturas nos ossos nasais somaram 30,8% dos registros, enquanto aquelas ligadas ao terço médio facial, consistiram em 23,20% dos casos.
Os dados apurados no estudo levantam questões importantes para a compreensão do trauma infantil. O cirurgião-dentista destaca que este tipo de abordagem merece uma atenção especial, uma vez que a anatomia e fisiologia óssea facial nas crianças e adolescentes são próprias de cada estágio do desenvolvimento e, por isso, a escolha pelo tratamento a ser seguido é fundamental.
Se no passado os estudos enfatizavam a técnica e os aspectos cirúrgicos, explica o autor da pesquisa, atualmente estes apresentam crescente interesse pela etiologia e prevenção do trauma infantil. " Isto porque, uma vez fraturado o osso, é indicado o tratamento minimamente invasivo para não limitar o potencial osteogênico e o desenvolvimento dentário normal. No entanto, existem situações em que os traumatismos são graves e se fazem necessárias intervenções mais profundas, como a redução aberta e fixação interna rígida" , explica Muñante-Cárdenas ao citar as várias consequências que este tipo de fratura pode causar às crianças e adolescentes, além dos altos custos de procedimentos.
Outro aspecto destacado pelo cirurgião-dentista em seu estudo foi o número de fraturas faciais associadas à agressão física motivadas pelas brigas entre os indivíduos do mesmo grupo etário. Só no grupo de adolescentes, somaram 33 lesões. De maneira geral, Muñante-Cardenas chama a atenção ainda para a elevada incidência de traumas e fraturas de face em pacientes pediátricos e adolescentes na região de estudo.

Brigas
Nas referências internacionais, o trauma maxilofacial representa porcentagens entre 1% e 14%, enquanto que a pesquisa apontou 30%. "O percentual é considerado extremamente alto e, por isso, a necessidade de medidas preventivas" , conclui. O estudo contou com a participação dos professores Márcio de Moraes e Roger Moreira, da Área de Cirurgia Buco-maxilo-facial da FOP.
Fonte: Unicamp
Pesquisa realizada pelo cirurgião-dentista José Luis Muñante-Cárdenas na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) apontou que os tombos de bicicleta foram as principais causas de traumatismos na face de crianças e adolescentes atendidos pela Área de Cirurgia Buco-maxilo-facial. Levantamento feito pelo especialista mostrou que 27% dos 757 pacientes que passaram pela unidade tiveram lesões faciais motivadas pelos acidentes ciclísticos. Neste sentido, a pesquisa alerta para a necessidade de os pais ficarem mais atentos aos passeios de bicicleta dos filhos, sobretudo com relação ao uso de dispositivos de segurança. A segunda causa das fraturas nos ossos da face ficou por conta das quedas das mais variadas, somando 16%.
O que chama a atenção no estudo desenvolvido por Muñante-Cárdenas foi a alta porcentagem de pacientes que não usaram capacetes e equipamentos preventivos que atenuam as consequências dos acidentes de uma maneira geral. No caso das bicicletas, 98% não estavam utilizando nenhum dispositivo de segurança na hora do acidente. Acidentes de carro e moto foram responsáveis por 10% e 8% dos casos, respectivamente trata-se, segundo o especialista, de outro grande problema que requer ações preventivas. Em média, 77% das crianças acidentadas não estavam com cinto de segurança ou aparelho de proteção nos veículos no momento da ocorrência. Já no caso das motos, embora a maioria 65% estivesse utilizando capacete, 34% dos atendidos estavam sem o dispositivo.

Equipamentos preventivos
"Isto denota uma falta na prevenção de acidentes por parte dos pais ou pessoas responsáveis por essas crianças. Em minha opinião, seriam necessárias ações educativas mais incisivas que minimizassem o problema" , alerta Muñante-Cárdenas, que no estudo identificou que os meninos são os campeões em acidentes que envolvem o traumatismo facial, pois somaram 70% dos casos, enquanto as meninas totalizaram 227 atendimentos, ou seja, quase 30%.
O estudo, orientado pelo professor José Ricardo de Albergaria Barbosa, contemplou o período de 1999 a 2008 para se analisar as diferentes características das fraturas faciais na população pediátrica atendida na região de Piracicaba, que envolve também os municípios de Rio Claro e Limeira. Em dez anos, os atendimentos totalizaram 2.986, mas Muñante-Cárdenas focou seu trabalho apenas nos pacientes menores de 18 anos.
"Os estudos epidemiológicos de lesões faciais permitem o desenho das circunstâncias de risco e a identificação dos indivíduos mais suscetíveis a elas. Outro aspecto importante é que a avaliação da eficácia do tratamento instituído e a compreensão de suas complicações permitem uma interpretação realista e coerente da melhor forma como estes doentes devem ser conduzidos" , destaca o cirurgião-dentista.
A pesquisa apontou também que o osso facial mais afetado por fraturas foi a mandíbula. Este diagnóstico somou 44,8% dos casos, sendo o tratamento cirúrgico realizado em 49% deles. Há que se lembrar as complicações no pós-operatório decorrente dos processos cirúrgicos, que no estudo, os mais comuns foram hemorragia, infecções, perda do material de fixação interna, alteração da sensibilidade e restrição da movimentação ocular. Já as fraturas nos ossos nasais somaram 30,8% dos registros, enquanto aquelas ligadas ao terço médio facial, consistiram em 23,20% dos casos.
Os dados apurados no estudo levantam questões importantes para a compreensão do trauma infantil. O cirurgião-dentista destaca que este tipo de abordagem merece uma atenção especial, uma vez que a anatomia e fisiologia óssea facial nas crianças e adolescentes são próprias de cada estágio do desenvolvimento e, por isso, a escolha pelo tratamento a ser seguido é fundamental.
Se no passado os estudos enfatizavam a técnica e os aspectos cirúrgicos, explica o autor da pesquisa, atualmente estes apresentam crescente interesse pela etiologia e prevenção do trauma infantil. " Isto porque, uma vez fraturado o osso, é indicado o tratamento minimamente invasivo para não limitar o potencial osteogênico e o desenvolvimento dentário normal. No entanto, existem situações em que os traumatismos são graves e se fazem necessárias intervenções mais profundas, como a redução aberta e fixação interna rígida" , explica Muñante-Cárdenas ao citar as várias consequências que este tipo de fratura pode causar às crianças e adolescentes, além dos altos custos de procedimentos.
Outro aspecto destacado pelo cirurgião-dentista em seu estudo foi o número de fraturas faciais associadas à agressão física motivadas pelas brigas entre os indivíduos do mesmo grupo etário. Só no grupo de adolescentes, somaram 33 lesões. De maneira geral, Muñante-Cardenas chama a atenção ainda para a elevada incidência de traumas e fraturas de face em pacientes pediátricos e adolescentes na região de estudo.

Brigas
Nas referências internacionais, o trauma maxilofacial representa porcentagens entre 1% e 14%, enquanto que a pesquisa apontou 30%. "O percentual é considerado extremamente alto e, por isso, a necessidade de medidas preventivas" , conclui. O estudo contou com a participação dos professores Márcio de Moraes e Roger Moreira, da Área de Cirurgia Buco-maxilo-facial da FOP.
Fonte: Unicamp