testeVacinação maciça ajudou a combater doença que causou milhares de mortes em todo o mundo
Um ano e três meses após assustar o mundo e causar milhares de mortes em todos os continentes, a pandemia de gripe A foi oficialmente encerrada ontem. Dois fatores principais contribuíram para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretasse o fim do surto, reconhecido a partir de 24 de abril do ano passado: o grande número de pessoas que adquiriram defesa natural contra o vírus influenza H1N1 em 2009, quando houve o pico da pandemia, e a vacinação maciça.
Praticamente metade da população do planeta pegou a doença em 2009, estima o chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, Luciano Goldani. Essa disseminação global permitiu que, em 2010, os infectados desenvolvessem defesa natural contra o vírus. Outra grande parcela foi vacinada. Como resultado, a moléstia, que no ano passado matou 2.051 brasileiros, foi barrada.
– Comparar este ano com 2009 é ir de uma ponta a outra. Em 2010, não tivemos nenhum caso, zero – relata Goldani, sobre os atendimentos no Hospital de Clínicas.
Ministério manterá monitoramento do vírus
No Rio Grande do Sul, o panorama é o mesmo. Desde janeiro, não há casos confirmados de infecção por gripe A, segundo o diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz:
– Houve notificações, mas nenhuma foi confirmada. No Estado, 4,8 milhões de pessoas foram vacinadas. Quem pegou a doença em 2009 está protegido e foram retomados hábitos de higiene.
A pandemia teve fim mas não se pode baixar a guarda, avalia Paz. O mundo entra em uma fase pós-pandêmica, e isso significa que o vírus H1N1 ainda circula. O Ministério da Saúde manterá, junto com os Estados e os municípios, o monitoramento da gripe.

Agora é como um vírus de gripe comum...
– Não podemos deixar de tomar as medidas necessárias, pois o vírus continua atuando. É importante que se continue lavando bem as mãos e usando lenço de papel quando espirrar – afirma Paz.
Não é possível fazer uma previsão, porém, quando haverá uma nova pandemia de gripe. Pode ser daqui a cinco ou 10 anos, sugere Goldani. Nesse meio tempo, o imprevisível influenza pode sofrer mutações e fazer nascer um novo vírus, de acordo com Paz. Quando isso ocorrer, a ciência estará em vantagem porque aprendeu muito com a pandemia de 2009.
– A questão tecnológica foi muito importante, a vacina foi desenvolvida logo depois do período inicial e no Brasil e no mundo se vacinou bastante – diz Goldani.
Voltar a dar importância às doenças respiratórias também foi importante.
– A lição fica. Vamos continuar apostando na prevenção e levando mais a sério as doenças respiratórias. Está gripado? Fique em casa – destaca Paz.
Principais causas do fim da pandemia
1 - Vacinação maciça: o governo brasileiro investiu cerca de R$ 2,5 bilhões, principalmente na aquisição de vacinas, medicamentos, equipamentos hospitalares, laboratórios, portos e aeroportos, capacitações profissionais e ações de comunicação. Em todo o país, 88 milhões de pessoas foram vacinadas em 2010. Como outros países também investiram na vacinação, criou-se uma espécie de rede de proteção mundo afora.
2 - Imunidade: como praticamente metade da população do planeta foi afetada pela doença em 2009, esse grande contingente ficou preparado para enfrentar a gripe A em 2010, já que desenvolveu imunidade. Além disso, o vírus H1N1 não sofreu mutação para formas mais letais e a resistência à vacina não se desenvolveu de forma importante, o que resultou em maior proteção à população.
3 - Campanhas de conscientização: governos estaduais e municipais e a iniciativa privada investiram em campanhas de conscientização. Cartazes e folhetos com dicas de prevenção foram espalhados em pontos estratégicos. Passou a ser comum disponibilizar tubos de álcool-gel em restaurantes, fábricas e escolas. Propagandas e reportagens alertaram para a importância de se lavar as mãos.
4 - Maior rapidez nos diagnósticos: No ápice do surto, entre abril e julho do ano passado, a espera pelo resultado do exame laboratorial que comprovava a infecção pelo H1N1 chegou a demorar mais de um mês, porque havia poucos laboratórios capacitados. Em 2010, o tempo de espera do diagnóstico caiu para três dias, em média. No RS, houve ampliação da capacidade de trabalho do Laboratório Central do Estado.
Fonte: Zero Hora
Vacinação maciça ajudou a combater doença que causou milhares de mortes em todo o mundo
Um ano e três meses após assustar o mundo e causar milhares de mortes em todos os continentes, a pandemia de gripe A foi oficialmente encerrada ontem. Dois fatores principais contribuíram para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretasse o fim do surto, reconhecido a partir de 24 de abril do ano passado: o grande número de pessoas que adquiriram defesa natural contra o vírus influenza H1N1 em 2009, quando houve o pico da pandemia, e a vacinação maciça.
Praticamente metade da população do planeta pegou a doença em 2009, estima o chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, Luciano Goldani. Essa disseminação global permitiu que, em 2010, os infectados desenvolvessem defesa natural contra o vírus. Outra grande parcela foi vacinada. Como resultado, a moléstia, que no ano passado matou 2.051 brasileiros, foi barrada.
– Comparar este ano com 2009 é ir de uma ponta a outra. Em 2010, não tivemos nenhum caso, zero – relata Goldani, sobre os atendimentos no Hospital de Clínicas.
Ministério manterá monitoramento do vírus
No Rio Grande do Sul, o panorama é o mesmo. Desde janeiro, não há casos confirmados de infecção por gripe A, segundo o diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz:
– Houve notificações, mas nenhuma foi confirmada. No Estado, 4,8 milhões de pessoas foram vacinadas. Quem pegou a doença em 2009 está protegido e foram retomados hábitos de higiene.
A pandemia teve fim mas não se pode baixar a guarda, avalia Paz. O mundo entra em uma fase pós-pandêmica, e isso significa que o vírus H1N1 ainda circula. O Ministério da Saúde manterá, junto com os Estados e os municípios, o monitoramento da gripe.

Agora é como um vírus de gripe comum...
– Não podemos deixar de tomar as medidas necessárias, pois o vírus continua atuando. É importante que se continue lavando bem as mãos e usando lenço de papel quando espirrar – afirma Paz.
Não é possível fazer uma previsão, porém, quando haverá uma nova pandemia de gripe. Pode ser daqui a cinco ou 10 anos, sugere Goldani. Nesse meio tempo, o imprevisível influenza pode sofrer mutações e fazer nascer um novo vírus, de acordo com Paz. Quando isso ocorrer, a ciência estará em vantagem porque aprendeu muito com a pandemia de 2009.
– A questão tecnológica foi muito importante, a vacina foi desenvolvida logo depois do período inicial e no Brasil e no mundo se vacinou bastante – diz Goldani.
Voltar a dar importância às doenças respiratórias também foi importante.
– A lição fica. Vamos continuar apostando na prevenção e levando mais a sério as doenças respiratórias. Está gripado? Fique em casa – destaca Paz.
Principais causas do fim da pandemia
1 - Vacinação maciça: o governo brasileiro investiu cerca de R$ 2,5 bilhões, principalmente na aquisição de vacinas, medicamentos, equipamentos hospitalares, laboratórios, portos e aeroportos, capacitações profissionais e ações de comunicação. Em todo o país, 88 milhões de pessoas foram vacinadas em 2010. Como outros países também investiram na vacinação, criou-se uma espécie de rede de proteção mundo afora.
2 - Imunidade: como praticamente metade da população do planeta foi afetada pela doença em 2009, esse grande contingente ficou preparado para enfrentar a gripe A em 2010, já que desenvolveu imunidade. Além disso, o vírus H1N1 não sofreu mutação para formas mais letais e a resistência à vacina não se desenvolveu de forma importante, o que resultou em maior proteção à população.
3 - Campanhas de conscientização: governos estaduais e municipais e a iniciativa privada investiram em campanhas de conscientização. Cartazes e folhetos com dicas de prevenção foram espalhados em pontos estratégicos. Passou a ser comum disponibilizar tubos de álcool-gel em restaurantes, fábricas e escolas. Propagandas e reportagens alertaram para a importância de se lavar as mãos.
4 - Maior rapidez nos diagnósticos: No ápice do surto, entre abril e julho do ano passado, a espera pelo resultado do exame laboratorial que comprovava a infecção pelo H1N1 chegou a demorar mais de um mês, porque havia poucos laboratórios capacitados. Em 2010, o tempo de espera do diagnóstico caiu para três dias, em média. No RS, houve ampliação da capacidade de trabalho do Laboratório Central do Estado.
Fonte: Zero Hora