Portal Open
Doutor W
 
  » Revista > Artigos    
  Untitled Document
Untitled Document
 
9/5/2025
 
Matéria

- Odontologia Estética
Método incerto e não seguro

teste

Em busca de um branco e lindo sorriso, muitas pessoas acabam usando produtos inapropriados, que podem ser comprados com facilidade, e sem o monitoramento de um cirurgião-dentista. Esta prática, a que a ABO se posiciona contrariamente, pode ser bastante prejudicial à saúde bucal, e ainda sem levar aos resultados esperados.

O maior risco que cerca o clareamento dental, na verdade, é a sua realização por conta do próprio paciente, sem nenhum acompanhamento profissional. E isso pode estar acontecendo com muita frequência, já que é possível comprar com facilidade, principalmente pela internet, produtos que prometem resultado igual ao alcançado pelo cirurgião-dentista, mas com custo menor, pois é realizado pela própria pessoa em casa, sem passar pelo atendimento profissional.

Um dos produtos vendidos desta forma é o mesmo peróxido de hidrogênio ou de carbamida usado pelos cirurgiões-dentistas. Sendo assim, o produto realmente clareia, mas também pode trazer danos se não for usado de forma correta. ''O problema nestes casos é que o clareador está sendo utilizado por uma pessoa leiga no assunto, que desconhece o procedimento, não sabe onde deve colocar o gel, em que quantidade, nem por quanto tempo. Além disso, a moldeira não é personalizada e a pessoa pode acabar ingerindo o produto e lesionando tecidos moles. E ainda, muitas vezes não se chega ao resultado esperado, ou seja, o barato acaba saindo caro", argumenta Mauro Piragibe, especialista em Dentística e em Prótese Dentária, professor da UniABO do Rio de Janeiro e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (Sboe).

Para o especialista, o problema é que os clareadores são classificados simplesmente como cosméticos e, assim, podem ser vendidos ao consumidor final sem restrições, O que deve ficar claro - e os cirurgiões-dentistas podem conscientizar seus pacientes a respeito - é que o clareamento dental não c um procedimento tão simples assim, a ponto de ser acessível a qualquer pessoa. "Além disso, o paciente não sabe se ele apresenta doença periodontal lesões cariosas, lesões em mucosa, ou qualquer outra condição que contraindica o clareamento", completa Piragibe.

ABO em ação

Ciente da importância do monitoramento do cirurgião-dentista nos procedimentos de clareamento dental, a ABO Nacional enfrentou longa batalha contra o distribuidor no Brasil do Gel Clareador Extra White (peróxido de carbamida 10%). Desde 2007, a entidade vinha acionando o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) para que os anúncios do gel fossem adequados, já que não faziam referência à necessidade do acompanhamento profissional no processo.

Depois de enviar diversos ofícios ao Conar, que fizeram com que um processo interno fosse aberto, a solicitação da ABO foi atendida no fim do ano passado, quando o órgão divulgou recomendação de readequar os anúncios do gel clareador. No documento final, o relator do processo, Flávio Vormittag, entendeu que “estão evidenciadas infrações ao Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária” e que a publicidade deveria ser alterada "de forma a deixar claro para o consumidor que o produto somente pode ser utilizado sob a orientação e acompanhamento de cirurgião-dentista".

Nas solicitações apresentadas ao longo do processo, a ABO chamou a atenção para outra irregularidade dos anúncios: a lista de contraindicações, que traz itens como "pessoas com patologias periodontais", "pessoas com reação alérgica aos componentes do produto", "pessoas com pré-disposição ao câncer". Para a entidade, o consumidor, de forma geral, não é capaz de discernir se têm condições de usar o produto.

Antes deste último parecer oficial, o Conar já havia emitido um recusando a argumentação do anunciante e alegando que a inserção da frase "o dentista deve ser consultado regularmente" é "absolutamente insuficiente para indicar a necessidade de acompanhamento odontológico para o tratamento de clareamento, expondo os consumidores a risco”.

Além do gel, o kit Extra White vem com seis seringas, duas moldeiras termomoldáveis, dois porta-moldeiras, duas seringas com 2 gramas de dessensibilizante, para ser usado após o clareamento.

Nas prateleiras, dentes mais brancos

O tema clareadores não está completo se não for falado de cremes dentais, enxaguatórios, chicletes, entre outros produtos também lançados no mercado para atender a busca dos consumidores por dentes mais brancos e bonitos. E o que todos se perguntam por aí é: eles funcionam mesmo? Podem prejudicar os dentes se forem usados indiscriminadamente?

Em linhas gerais, eles funcionam, mas promovendo resultados tímidos, não comparáveis com os procedimentos de clareamento realizados e monitorados por cirurgiões-dentistas, e também não representam riscos à saúde bucal. Para o CD Felipe Carlos Dias Arcas, mestre em Bioengenharia, com concentração em Laser e coautor do livro Clareamento Dental com Fontes Híbridas LED/Laser, a rigor, estes produtos não são considerados clareadores genuínos, pois possuem quantidades mínimas de princípio ativo ou até mesmo nem possuem tais compostos, Mas, por essa mesma razão, não provocam danos.

"Os cremes dentais com esta função apresentam abrasivos que exercem um leve polimento superficial nos dentes, assim como os chicletes, removendo manchas superficiais. Já os enxaguatórios, embora possuam o princípio ativo para clarear em sua composição, não são capazes de atingir resultados isoladamente, pois o composto está em baixa concentração e fica em contato com os dentes por pouco tempo", explica. Arcas completa dizendo que estes produtos devem ser vistos como coadjuvantes na manutenção do efeito clareador conseguido com as técnicas realizadas pelo profissional de Odontologia, e não propriamente como clareadores.

Existem também no mercado as tiras clareadoras, que contém o agente clareador - o mesmo usado profissionalmente - e devem ser fixadas nos dentes por um período determinado. As tiras realmente podem clarear o sorriso, mas esbarra no quesito segurança. "Elas possuem a desvantagem da falta de supervisão de um profissional, que é imprescindível para indicar momento correto de parar o tratamento", diz Arcas.

Maquiagem para dentes

O mercado de produtos de higiene bucal voltados também para estética apresentou um lançamento interessante no ano passado: um creme dental que produz um efeito instantâneo de branqueamento, percebido logo após a escovação. A percepção do sorriso mais branco acontece pela presença de um pigmento azul em sua fórmula, este produz uma espuma que forma um filme sobre os dentes.

Mas assim como as maquiagens para o rosto, esse efeito se desfaz rapidamente, conforme alerta o próprio fabricante. O produto também tem ação branqueadora gradual, conseguida pela remoção superficial dos pigmentos, assim como outros cremes dentais nesta linha. "Esses cremes podem sim alterar a cor dos dentes, mas não devemos esperar mudanças expressivas, e é importante lembrar que o uso destes produtos deve ser alternado com outras de abrasividade menor, para não agredir a camada de esmalte em longo prazo", finaliza Felipe Arcas.

Fonte: Antonella Tescarolo / ABO

Em busca de um branco e lindo sorriso, muitas pessoas acabam usando produtos inapropriados, que podem ser comprados com facilidade, e sem o monitoramento de um cirurgião-dentista. Esta prática, a que a ABO se posiciona contrariamente, pode ser bastante prejudicial à saúde bucal, e ainda sem levar aos resultados esperados.

O maior risco que cerca o clareamento dental, na verdade, é a sua realização por conta do próprio paciente, sem nenhum acompanhamento profissional. E isso pode estar acontecendo com muita frequência, já que é possível comprar com facilidade, principalmente pela internet, produtos que prometem resultado igual ao alcançado pelo cirurgião-dentista, mas com custo menor, pois é realizado pela própria pessoa em casa, sem passar pelo atendimento profissional.

Um dos produtos vendidos desta forma é o mesmo peróxido de hidrogênio ou de carbamida usado pelos cirurgiões-dentistas. Sendo assim, o produto realmente clareia, mas também pode trazer danos se não for usado de forma correta. 'O problema nestes casos é que o clareador está sendo utilizado por uma pessoa leiga no assunto, que desconhece o procedimento, não sabe onde deve colocar o gel, em que quantidade, nem por quanto tempo. Além disso, a moldeira não é personalizada e a pessoa pode acabar ingerindo o produto e lesionando tecidos moles. E ainda, muitas vezes não se chega ao resultado esperado, ou seja, o barato acaba saindo caro", argumenta Mauro Piragibe, especialista em Dentística e em Prótese Dentária, professor da UniABO do Rio de Janeiro e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (Sboe).

Para o especialista, o problema é que os clareadores são classificados simplesmente como cosméticos e, assim, podem ser vendidos ao consumidor final sem restrições, O que deve ficar claro - e os cirurgiões-dentistas podem conscientizar seus pacientes a respeito - é que o clareamento dental não c um procedimento tão simples assim, a ponto de ser acessível a qualquer pessoa. "Além disso, o paciente não sabe se ele apresenta doença periodontal lesões cariosas, lesões em mucosa, ou qualquer outra condição que contraindica o clareamento", completa Piragibe.

ABO em ação

Ciente da importância do monitoramento do cirurgião-dentista nos procedimentos de clareamento dental, a ABO Nacional enfrentou longa batalha contra o distribuidor no Brasil do Gel Clareador Extra White (peróxido de carbamida 10%). Desde 2007, a entidade vinha acionando o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) para que os anúncios do gel fossem adequados, já que não faziam referência à necessidade do acompanhamento profissional no processo.

Depois de enviar diversos ofícios ao Conar, que fizeram com que um processo interno fosse aberto, a solicitação da ABO foi atendida no fim do ano passado, quando o órgão divulgou recomendação de readequar os anúncios do gel clareador. No documento final, o relator do processo, Flávio Vormittag, entendeu que “estão evidenciadas infrações ao Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária” e que a publicidade deveria ser alterada "de forma a deixar claro para o consumidor que o produto somente pode ser utilizado sob a orientação e acompanhamento de cirurgião-dentista".

Nas solicitações apresentadas ao longo do processo, a ABO chamou a atenção para outra irregularidade dos anúncios: a lista de contraindicações, que traz itens como "pessoas com patologias periodontais", "pessoas com reação alérgica aos componentes do produto", "pessoas com pré-disposição ao câncer". Para a entidade, o consumidor, de forma geral, não é capaz de discernir se têm condições de usar o produto.

Antes deste último parecer oficial, o Conar já havia emitido um recusando a argumentação do anunciante e alegando que a inserção da frase "o dentista deve ser consultado regularmente" é "absolutamente insuficiente para indicar a necessidade de acompanhamento odontológico para o tratamento de clareamento, expondo os consumidores a risco”.

Além do gel, o kit Extra White vem com seis seringas, duas moldeiras termomoldáveis, dois porta-moldeiras, duas seringas com 2 gramas de dessensibilizante, para ser usado após o clareamento.

Nas prateleiras, dentes mais brancos

O tema clareadores não está completo se não for falado de cremes dentais, enxaguatórios, chicletes, entre outros produtos também lançados no mercado para atender a busca dos consumidores por dentes mais brancos e bonitos. E o que todos se perguntam por aí é: eles funcionam mesmo? Podem prejudicar os dentes se forem usados indiscriminadamente?

Em linhas gerais, eles funcionam, mas promovendo resultados tímidos, não comparáveis com os procedimentos de clareamento realizados e monitorados por cirurgiões-dentistas, e também não representam riscos à saúde bucal. Para o CD Felipe Carlos Dias Arcas, mestre em Bioengenharia, com concentração em Laser e coautor do livro Clareamento Dental com Fontes Híbridas LED/Laser, a rigor, estes produtos não são considerados clareadores genuínos, pois possuem quantidades mínimas de princípio ativo ou até mesmo nem possuem tais compostos, Mas, por essa mesma razão, não provocam danos.

"Os cremes dentais com esta função apresentam abrasivos que exercem um leve polimento superficial nos dentes, assim como os chicletes, removendo manchas superficiais. Já os enxaguatórios, embora possuam o princípio ativo para clarear em sua composição, não são capazes de atingir resultados isoladamente, pois o composto está em baixa concentração e fica em contato com os dentes por pouco tempo", explica. Arcas completa dizendo que estes produtos devem ser vistos como coadjuvantes na manutenção do efeito clareador conseguido com as técnicas realizadas pelo profissional de Odontologia, e não propriamente como clareadores.

Existem também no mercado as tiras clareadoras, que contém o agente clareador - o mesmo usado profissionalmente - e devem ser fixadas nos dentes por um período determinado. As tiras realmente podem clarear o sorriso, mas esbarra no quesito segurança. "Elas possuem a desvantagem da falta de supervisão de um profissional, que é imprescindível para indicar momento correto de parar o tratamento", diz Arcas.

Maquiagem para dentes

O mercado de produtos de higiene bucal voltados também para estética apresentou um lançamento interessante no ano passado: um creme dental que produz um efeito instantâneo de branqueamento, percebido logo após a escovação. A percepção do sorriso mais branco acontece pela presença de um pigmento azul em sua fórmula, este produz uma espuma que forma um filme sobre os dentes.

Mas assim como as maquiagens para o rosto, esse efeito se desfaz rapidamente, conforme alerta o próprio fabricante. O produto também tem ação branqueadora gradual, conseguida pela remoção superficial dos pigmentos, assim como outros cremes dentais nesta linha. "Esses cremes podem sim alterar a cor dos dentes, mas não devemos esperar mudanças expressivas, e é importante lembrar que o uso destes produtos deve ser alternado com outras de abrasividade menor, para não agredir a camada de esmalte em longo prazo", finaliza Felipe Arcas.

Fonte: Antonella Tescarolo / ABO

Enviar para um amigo Comentar Imprimir Comunicar Erros
 

»Investimento
De acordo com levan-tamento da FMUSP, doações de planos de saúde cresceram 760% em relação a 2002.

»Investigando
Pesquisa de dentista feita com múmias pe-ruanas pode enriquecer investigações na área de ciência forense.
Confira
 
 
voltar  
 
@wwow.com.br
Copyright© 2005-2008
Todos os direitos reservados à Eyeshot

O que é isso?