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9/5/2025
 
Matéria

- Odontopediatria
Xarope causa corrosão nos dentes

teste

Pesquisa brasileira mostra que
o uso de alguns medicamentos
pode causar cáries e corrosão dos dentes.

Uma pesquisa feita no Brasil constatou que o uso de xarope por crianças pode causar cáries e corrosões nos dentes. A pesquisa foi desenvolvida pela odontopediatra Dra. Carolina Covolo da Costa como tese de doutorado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no ano de 2004. A revista científica “General Dentistry” – uma das mais importantes revistas de odontologia do mundo – publicou a tese de Carolina recentemente, na edição de janeiro/fevereiro de 2006. O assunto recebeu destaque em sites especializados de vários países depois disso, entre eles Inglaterra, Estados Unidos, África do Sul, Japão e Vietnã.

A odontopediatra avaliou durante um ano o impacto do xarope Claritin D – um dos mais consumidos em Florianópolis – nos dentes de crianças com idade entre seis meses e 12 anos. A pesquisa foi feita in vitro e mostrou que o medicamento causou a quebra do esmalte, além de gerar uma hipersensibilidade. As crianças que tomavam constantemente o medicamento chegavam ao consultório odontológico com o dente liso e se queixavam de dor nos dentes ao tomar algo gelado ou quente.

Os dentes foram divididos em vários subgrupos e cada subgrupo foi tratado de uma maneira. Alguns desses subgrupos foram submetidos a aplicações diárias de dentifrício fluoretado e o resultado final comprovou que esses dentes apresentavam uma corrosão menor com relação aos dentes que não tiveram contato com flúor. Os subgrupos que ficaram expostos somente ao Claritin D apresentaram erosão no esmalte interno e na zona de transição entre esmalte profundo e dentina. Já os subgrupos que tiveram contato com flúor apresentaram erosão sobretudo no esmalte superficial, em algumas vezes apenas parcial.

O que causaria esse dano ao esmalte dos dentes seria o caráter ácido do xarope, com baixo pH endógeno – um pH abaixo de 5,5 é considerado crítico para a dissolução mineral dos dentes. O xarope também apresentava alto teor de sacarose. O pH baixo dissolve o esmalte do dente enquanto o alto teor de sacarose contribui para o surgimento das cáries.

A recomendação da bula é de que o paciente tome o medicamento de 12 em 12 horas, o que leva os pais a darem o remédio aos filhos na hora de dormir ou no meio da madrugada. O grande problema está nessa atitude. A criança acaba por não escovar os dentes depois de tomar o xarope e, dessa maneira, o remédio fica em contato com os dentes, aumentando o risco de cárie e corrosão dental.

A palavra do laboratório

O pediatra Celso Sustovich – diretor médico do laboratório fabricante do xarope utilizado nas pesquisas por Carolina – assegura que o resultado não corresponde à realidade. Segundo o laboratório, como o estudo foi feito in vitro, alguns fatores de grande importância, como a saliva, foram excluídos, alterando o resultado. Com relação ao pH ácido do medicamento, o pediatra diz que isso é essencial para manter a estabilidade do princípio ativo - o remédio perderia o efeito se apresentasse um pH neutro ou básico.

Apesar de a pesquisa ter sido feita somente com o xarope Claritin D, a odontopediatra Carolina Covolo afirma que os resultados são válidos para todos os outros xaropes. Isso porque a fórmula desses medicamentos é bastante parecida, e, consequentemente, os todos os outros medicamentos causariam o mesmo efeito nos dentes.

Prevenindo problemas

Há várias maneiras de se evitar que isso ocorra. Primeiramente, é preferível que a criança tome os remédios junto com as refeições, e não entre elas. Como o remédio acaba se misturando com a comida e com a saliva, ele não fica muito tempo em contato com os dentes.

Também é muito importante que a criança escove os dentes logo após tomar o medicamento, se não for possível tomar junto com as refeições. A utilização de pastas dentais com flúor também ajuda a proteger o esmalte do dente. Como a própria pesquisa de Carolina comprovou, os dentes que ficaram expostos a dentifrício fluoretado apresentaram uma corrosão mais moderada.

Caso não seja possível que a criança escove os dentes após o uso do medicamento, fazer um simples gargarejo com água já pode diminuir os riscos de corrosão. O excesso de remédio não fica na boca porque sai junto com a água. Mascar um chiclete sem açúcar também ajuda porque estimula a salivação.

Se os dentes já estiverem danificados, o mais indicado é uma dieta que retire alimentos ácidos como limão e refrigerante do cardápio da criança, para evitar que o pH ácido dos alimentos agrave ainda mais a corrosão dos dentes.

É muito importante que o dentista fique atento e tenha conhecimento de todos os medicamentos que seu paciente está tomando para poder orientá-lo da maneira mais apropriada e evitar que esse tipo de problema aconteça.

 

Pesquisa brasileira mostra que
o uso de alguns medicamentos
pode causar cáries e corrosão dos dentes.

Uma pesquisa feita no Brasil constatou que o uso de xarope por crianças pode causar cáries e corrosões nos dentes. A pesquisa foi desenvolvida pela odontopediatra Dra. Carolina Covolo da Costa como tese de doutorado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no ano de 2004. A revista científica “General Dentistry” – uma das mais importantes revistas de odontologia do mundo – publicou a tese de Carolina recentemente, na edição de janeiro/fevereiro de 2006. O assunto recebeu destaque em sites especializados de vários países depois disso, entre eles Inglaterra, Estados Unidos, África do Sul, Japão e Vietnã.

A odontopediatra avaliou durante um ano o impacto do xarope Claritin D – um dos mais consumidos em Florianópolis – nos dentes de crianças com idade entre seis meses e 12 anos. A pesquisa foi feita in vitro e mostrou que o medicamento causou a quebra do esmalte, além de gerar uma hipersensibilidade. As crianças que tomavam constantemente o medicamento chegavam ao consultório odontológico com o dente liso e se queixavam de dor nos dentes ao tomar algo gelado ou quente.

Os dentes foram divididos em vários subgrupos e cada subgrupo foi tratado de uma maneira. Alguns desses subgrupos foram submetidos a aplicações diárias de dentifrício fluoretado e o resultado final comprovou que esses dentes apresentavam uma corrosão menor com relação aos dentes que não tiveram contato com flúor. Os subgrupos que ficaram expostos somente ao Claritin D apresentaram erosão no esmalte interno e na zona de transição entre esmalte profundo e dentina. Já os subgrupos que tiveram contato com flúor apresentaram erosão sobretudo no esmalte superficial, em algumas vezes apenas parcial.

O que causaria esse dano ao esmalte dos dentes seria o caráter ácido do xarope, com baixo pH endógeno – um pH abaixo de 5,5 é considerado crítico para a dissolução mineral dos dentes. O xarope também apresentava alto teor de sacarose. O pH baixo dissolve o esmalte do dente enquanto o alto teor de sacarose contribui para o surgimento das cáries.

A recomendação da bula é de que o paciente tome o medicamento de 12 em 12 horas, o que leva os pais a darem o remédio aos filhos na hora de dormir ou no meio da madrugada. O grande problema está nessa atitude. A criança acaba por não escovar os dentes depois de tomar o xarope e, dessa maneira, o remédio fica em contato com os dentes, aumentando o risco de cárie e corrosão dental.

A palavra do laboratório

O pediatra Celso Sustovich – diretor médico do laboratório fabricante do xarope utilizado nas pesquisas por Carolina – assegura que o resultado não corresponde à realidade. Segundo o laboratório, como o estudo foi feito in vitro, alguns fatores de grande importância, como a saliva, foram excluídos, alterando o resultado. Com relação ao pH ácido do medicamento, o pediatra diz que isso é essencial para manter a estabilidade do princípio ativo - o remédio perderia o efeito se apresentasse um pH neutro ou básico.

Apesar de a pesquisa ter sido feita somente com o xarope Claritin D, a odontopediatra Carolina Covolo afirma que os resultados são válidos para todos os outros xaropes. Isso porque a fórmula desses medicamentos é bastante parecida, e, consequentemente, os todos os outros medicamentos causariam o mesmo efeito nos dentes.

Prevenindo problemas

Há várias maneiras de se evitar que isso ocorra. Primeiramente, é preferível que a criança tome os remédios junto com as refeições, e não entre elas. Como o remédio acaba se misturando com a comida e com a saliva, ele não fica muito tempo em contato com os dentes.

Também é muito importante que a criança escove os dentes logo após tomar o medicamento, se não for possível tomar junto com as refeições. A utilização de pastas dentais com flúor também ajuda a proteger o esmalte do dente. Como a própria pesquisa de Carolina comprovou, os dentes que ficaram expostos a dentifrício fluoretado apresentaram uma corrosão mais moderada.

Caso não seja possível que a criança escove os dentes após o uso do medicamento, fazer um simples gargarejo com água já pode diminuir os riscos de corrosão. O excesso de remédio não fica na boca porque sai junto com a água. Mascar um chiclete sem açúcar também ajuda porque estimula a salivação.

Se os dentes já estiverem danificados, o mais indicado é uma dieta que retire alimentos ácidos como limão e refrigerante do cardápio da criança, para evitar que o pH ácido dos alimentos agrave ainda mais a corrosão dos dentes.

É muito importante que o dentista fique atento e tenha conhecimento de todos os medicamentos que seu paciente está tomando para poder orientá-lo da maneira mais apropriada e evitar que esse tipo de problema aconteça.

 

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