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9/5/2025
 
Matéria

- Fonoaudiologia
Importância da nutrição e transição de dietas

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Encontro no Hospital São Luiz discute a importância dos cuidados com a nutrição de pacientes internados e com a transição entre as dietas

No dia 29 de junho aconteceu a “II Reunião Científica dos Grupos de Nutrição e Fonoaudiologia do Hospital São Luiz”. Assim como na primeira reunião – ocorrida em dezembro de 2005 – o Portal WWOW esteve presente para registrar tudo o que aconteceu.  

Seguindo o exemplo da primeira reunião, o Hospital São Luiz procurou aproximar os profissionais de nutrição e fonoaudiologia para, dessa maneira, proporcionar um melhor atendimento aos pacientes do Hospital São Luiz. Esse último encontro tratou mais especificamente das vias alimentares, dando exemplo dos tipos de sonda que podem ser utilizadas e de como fazer a transição de uma dieta para outra. Para isso, foram ouvidos nutricionistas, fonoaudiólogas, médicos e enfermeiras, cada uma contando um pouco de seu trabalho dentro do hospital e com isso congregando esforços. 

Acompanhamento nutricional 

Uma das preocupações do Hospital São Luiz é a conscientização de toda a equipe médica com relação à importância da nutrição de todos os pacientes, inclusive os internados na UTI.

A nutrição era um ponto sempre deixado de lado, em segundo plano, talvez por medo que o paciente sofresse uma broncoaspiração. Como conseqüência disso, alguns pacientes, principalmente os mais debilitados, que se encontravam na UTI, desenvolviam desnutrição. Hoje, todos os médicos do Hospital São Luiz trabalham em conjunto com outros profissionais para impedir que isso aconteça; faz parte da filosofia do hospital um atendimento multidisciplinar. 

Quando o paciente está com o sistema digestivo comprometido, a melhor solução é a nutrição parenteral, intravenosa. Esse tipo de nutrição pode variar na duração, de acordo com o quadro clínico do paciente. Se o paciente ficar restrito ao leito, a nutrição parenteral deverá ser contínua. Com a melhora do quadro clínico ocorre a transição da nutrição parenteral para a enteral, que é feita através de sonda colocada que atinge o estômago ou o intestino. A Dra. Denise Marques, presente no evento, explicou o procedimento da inserção de sonda através de PEG, suas indicações, vantagens e desvantagens e ainda que este procedimento pode levar a algumas complicações, entre elas: sangramento, lesão de órgãos internos,  infecção e morte (algo raro, com índice de zero a 2%).

Transição entre as dietas 

O principal objetivo, tanto de nutricionistas como de fonoaudiólogos, é fazer com que o paciente volte a se alimentar via oral. A transição de dietas acompanha a melhora do quadro clínico do paciente e deve ser feita gradualmente. Não se pode tirar um paciente da sonda e, logo em seguida, querer que ele se alimente como costumava se alimentar antes de ser internado. É preciso começar com uma dieta cremosa, como sopa, e depois evoluir para uma dieta pastosa liquidificada, depois para uma dieta pastosa, em seguida dieta branda, até chegar à dieta geral.

A dieta cremosa é fracionada (o paciente alimenta-se seis vezes ao dia), de baixo valor calórico e não exige grande esforço do paciente. A dieta pastosa liquidificada já é mais variada, com consistência de purê. Ela é sempre formada por três tipos de nutrimentos essenciais: proteína, carboidrato e lipídio. A dieta pastosa apresenta uma variedade maior ainda, podendo, inclusive, conter alimentos como carne moída e frango desfiado. Gradualmente o paciente volta a se habituar à mastigação, passando à dieta branda (bem próxima à do nosso dia-a-dia) e alcançando a dieta geral. 

Hora da alta

Muitos se enganam ao pensar que as complicações ficam no hospital quando o paciente recebe alta. Segundo a nutricionista Nelly Ap. Y Fortunato, é preciso orientar muito bem tanto o paciente quanto a pessoa responsável por esse paciente, chamada de cuidador. Ao receber alta, é necessário dar continuidade ao tratamento e à rotina alimentar em casa, e esse cuidador torna-se peça-chave para tal. 

As informações e orientações devem ser passadas ao cuidador através de um diálogo bem claro e também devem ser entregues por escrito, para que o cuidador não corra o risco de esquecê-las.

Depois de ficar internado no hospital por um período, o paciente está “louco” para comer aquela comidinha caseira e se livrar daquela “comida sem graça de hospital”, mas não é bem assim. O paciente deve continuar com a dieta mesmo em casa e a equipe do hospital deve passar isso ao cuidador, junto com algumas sugestões de pratos para diversificar a dieta e torná-la menos monótona. Três fatores são fundamentais para evitar essa monotonia: a criatividade na formulação da dieta, a socialização do paciente com os membros da família na hora da refeição e tornar o ato de alimentar-se prazeroso. 

Na maioria dos casos, o mais indicado é a dieta industrializada, por ser mais completa e ter tudo o que o paciente precisa naquele momento. É preciso passar isso ao cuidador, que, na melhor das intenções, prefere fazer a comida em casa, achando que assim está fazendo bem ao paciente, porém, no processo caseiro, muitos alimentos acabam perdendo suas propriedades nutricionais, enquanto que no processo industrial, isso não ocorre.

Cuidado com a Higiene Oral 

Um ponto que poucas pessoas prestam atenção é com relação à Higiene Oral. As pessoas esquecem que o paciente, quando está restrito ao leito, fica impossibilitado de fazer a higiene oral sozinho e precisa que alguém faça isso para ele.

No Hospital São Luiz, essa preocupação com a higiene oral dos pacientes foi introduzida pela Dra. Maria Cristina B. de Oliveira, responsável pela coluna de Fonoaudiologia aqui do Portal. O hospital adotou a idéia e iniciou uma campanha interna para incentivar enfermeiras a executarem essa tarefa. Essa preocupação deve ser passada ao cuidador também, para que ele dê continuidade quando o paciente for para casa, já que, se o paciente ainda estiver impossibilitado de fazer sua própria higiene oral, é o cuidador quem deve auxiliá-lo. 

Retorno

As reuniões da equipe do Hospital São Luiz têm surtido efeito. Os cuidados com o paciente melhoraram, tanto no hospital como depois de receber alta. 

O Hospital costuma receber um retorno dos pacientes mesmo após o tratamento. Há inclusive receitas que foram incluídas no cardápio do hospital graças a sugestões de antigos pacientes e de seus cuidadores.

Os encontros não param por aqui. No segundo semestre ocorrerá a “III Reunião Científica dos Grupos de Nutrição e Fonoaudiologia do Hospital São Luiz” e o Portal WWOW, com certeza, estará lá. É só aguardar.

 

Encontro no Hospital São Luiz discute a importância dos cuidados com a nutrição de pacientes internados e com a transição entre as dietas

No dia 29 de junho aconteceu a “II Reunião Científica dos Grupos de Nutrição e Fonoaudiologia do Hospital São Luiz”. Assim como na primeira reunião – ocorrida em dezembro de 2005 – o Portal WWOW esteve presente para registrar tudo o que aconteceu.  

Seguindo o exemplo da primeira reunião, o Hospital São Luiz procurou aproximar os profissionais de nutrição e fonoaudiologia para, dessa maneira, proporcionar um melhor atendimento aos pacientes do Hospital São Luiz. Esse último encontro tratou mais especificamente das vias alimentares, dando exemplo dos tipos de sonda que podem ser utilizadas e de como fazer a transição de uma dieta para outra. Para isso, foram ouvidos nutricionistas, fonoaudiólogas, médicos e enfermeiras, cada uma contando um pouco de seu trabalho dentro do hospital e com isso congregando esforços. 

Acompanhamento nutricional 

Uma das preocupações do Hospital São Luiz é a conscientização de toda a equipe médica com relação à importância da nutrição de todos os pacientes, inclusive os internados na UTI.

A nutrição era um ponto sempre deixado de lado, em segundo plano, talvez por medo que o paciente sofresse uma broncoaspiração. Como conseqüência disso, alguns pacientes, principalmente os mais debilitados, que se encontravam na UTI, desenvolviam desnutrição. Hoje, todos os médicos do Hospital São Luiz trabalham em conjunto com outros profissionais para impedir que isso aconteça; faz parte da filosofia do hospital um atendimento multidisciplinar. 

Quando o paciente está com o sistema digestivo comprometido, a melhor solução é a nutrição parenteral, intravenosa. Esse tipo de nutrição pode variar na duração, de acordo com o quadro clínico do paciente. Se o paciente ficar restrito ao leito, a nutrição parenteral deverá ser contínua. Com a melhora do quadro clínico ocorre a transição da nutrição parenteral para a enteral, que é feita através de sonda colocada que atinge o estômago ou o intestino. A Dra. Denise Marques, presente no evento, explicou o procedimento da inserção de sonda através de PEG, suas indicações, vantagens e desvantagens e ainda que este procedimento pode levar a algumas complicações, entre elas: sangramento, lesão de órgãos internos,  infecção e morte (algo raro, com índice de zero a 2%).

Transição entre as dietas 

O principal objetivo, tanto de nutricionistas como de fonoaudiólogos, é fazer com que o paciente volte a se alimentar via oral. A transição de dietas acompanha a melhora do quadro clínico do paciente e deve ser feita gradualmente. Não se pode tirar um paciente da sonda e, logo em seguida, querer que ele se alimente como costumava se alimentar antes de ser internado. É preciso começar com uma dieta cremosa, como sopa, e depois evoluir para uma dieta pastosa liquidificada, depois para uma dieta pastosa, em seguida dieta branda, até chegar à dieta geral.

A dieta cremosa é fracionada (o paciente alimenta-se seis vezes ao dia), de baixo valor calórico e não exige grande esforço do paciente. A dieta pastosa liquidificada já é mais variada, com consistência de purê. Ela é sempre formada por três tipos de nutrimentos essenciais: proteína, carboidrato e lipídio. A dieta pastosa apresenta uma variedade maior ainda, podendo, inclusive, conter alimentos como carne moída e frango desfiado. Gradualmente o paciente volta a se habituar à mastigação, passando à dieta branda (bem próxima à do nosso dia-a-dia) e alcançando a dieta geral. 

Hora da alta

Muitos se enganam ao pensar que as complicações ficam no hospital quando o paciente recebe alta. Segundo a nutricionista Nelly Ap. Y Fortunato, é preciso orientar muito bem tanto o paciente quanto a pessoa responsável por esse paciente, chamada de cuidador. Ao receber alta, é necessário dar continuidade ao tratamento e à rotina alimentar em casa, e esse cuidador torna-se peça-chave para tal. 

As informações e orientações devem ser passadas ao cuidador através de um diálogo bem claro e também devem ser entregues por escrito, para que o cuidador não corra o risco de esquecê-las.

Depois de ficar internado no hospital por um período, o paciente está “louco” para comer aquela comidinha caseira e se livrar daquela “comida sem graça de hospital”, mas não é bem assim. O paciente deve continuar com a dieta mesmo em casa e a equipe do hospital deve passar isso ao cuidador, junto com algumas sugestões de pratos para diversificar a dieta e torná-la menos monótona. Três fatores são fundamentais para evitar essa monotonia: a criatividade na formulação da dieta, a socialização do paciente com os membros da família na hora da refeição e tornar o ato de alimentar-se prazeroso. 

Na maioria dos casos, o mais indicado é a dieta industrializada, por ser mais completa e ter tudo o que o paciente precisa naquele momento. É preciso passar isso ao cuidador, que, na melhor das intenções, prefere fazer a comida em casa, achando que assim está fazendo bem ao paciente, porém, no processo caseiro, muitos alimentos acabam perdendo suas propriedades nutricionais, enquanto que no processo industrial, isso não ocorre.

Cuidado com a Higiene Oral 

Um ponto que poucas pessoas prestam atenção é com relação à Higiene Oral. As pessoas esquecem que o paciente, quando está restrito ao leito, fica impossibilitado de fazer a higiene oral sozinho e precisa que alguém faça isso para ele.

No Hospital São Luiz, essa preocupação com a higiene oral dos pacientes foi introduzida pela Dra. Maria Cristina B. de Oliveira, responsável pela coluna de Fonoaudiologia aqui do Portal. O hospital adotou a idéia e iniciou uma campanha interna para incentivar enfermeiras a executarem essa tarefa. Essa preocupação deve ser passada ao cuidador também, para que ele dê continuidade quando o paciente for para casa, já que, se o paciente ainda estiver impossibilitado de fazer sua própria higiene oral, é o cuidador quem deve auxiliá-lo. 

Retorno

As reuniões da equipe do Hospital São Luiz têm surtido efeito. Os cuidados com o paciente melhoraram, tanto no hospital como depois de receber alta. 

O Hospital costuma receber um retorno dos pacientes mesmo após o tratamento. Há inclusive receitas que foram incluídas no cardápio do hospital graças a sugestões de antigos pacientes e de seus cuidadores.

Os encontros não param por aqui. No segundo semestre ocorrerá a “III Reunião Científica dos Grupos de Nutrição e Fonoaudiologia do Hospital São Luiz” e o Portal WWOW, com certeza, estará lá. É só aguardar.

 

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