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9/5/2025
 
Matéria

- Morfologia
Traços morfológicos de dentes facilitam identificação em perícias

teste

Ainda não havia sido descrito nenhum padrão para a população brasileira

A cirurgiã-dentista Rachel Tinoco acaba de catalogar os traços morfológicos dos dentes da população do Estado do Rio de Janeiro. Uma vez descritos, esses traços permitem maior precisão na identificação étnica de uma pessoa quando, em situações de tragédias, apenas as ossadas estão disponíveis para as análises. Segundo a cirurgiã-dentista, ainda não havia sido descrito nenhum padrão para a população brasileira, e as referências utilizadas tomavam como base as tabelas internacionais. “Os traços morfológicos constituem uma ferramenta adicional – e mais precisa – para a identificação de ossadas com fins periciais, visto que eles variam entre as populações mundiais. No entanto, é importante que se tenham índices locais e atualizados como referência”, explica.

Antes do estudo de Rachel Tinoco, desenvolvido na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), os índices de Antropologia Dental referentes à América do Sul provinham de pesquisas em populações indígenas e hispano-americanas. No entanto, o Brasil possui características muito distintas e, atualmente, existe um nível de miscigenação muito forte com variações regionais bastante evidentes, o que tornaria este padrão desatualizado.

As investigações realizadas com amostras da população fluminense constituem um ponto de partida, pois elas não poderiam servir de referência para os outros Estados brasileiros. A ideia, destaca Rachel, é continuar os estudos até que se tenham amostras de outras regiões. “É certo que os traços catalogados no Rio de Janeiro não seriam os mesmos que encontraríamos em Porto Alegre, onde sabemos possuir uma carga genética europeia forte”, exemplifica.

O estudo contemplou indivíduos entre 18 e 30 anos de idade e levou-se em conta a prevalência de alguns traços antropológicos encontrados no arco dental de brasileiros para buscar a relação com outros índices levantados em estudos anteriores. Foram analisadas cópias fiéis dos dentes feitas em amostras de gesso de 139 pessoas, sendo 59 homens e 71 mulheres. Como critério foi estabelecido que os voluntários deveriam ser de naturalidade brasileira, com ascendentes brasileiros até segundo grau. Também não poderiam ter grau de parentesco com outros participantes.

Foram avaliadas a presença de seis traços antropológicos que já haviam sido descritos nas populações indígenas. Os resultados encontrados foram bem diferentes do esperado. Um deles, o dente incisivo em forma de pá, por exemplo, teve a incidência em apenas 14,29% das amostras. “Era esperado que tivéssemos em torno de 97,9%, de acordo com as referências bibliográficas para a América do Sul”, explica. Outro exemplo foi a ausência de cúspide disto-vestibular (molar inferior tetra-cuspidado). Esperava-se que a incidência fosse de 8,6%, mas foram encontradas em 83,04% da amostra.

Desta forma, explica Rachel, observa-se que as frequências obtidas de todos os traços avaliados destoaram daquelas anteriormente apresentadas como as referências para o grupo ameríndio ou sul-americano. “A amostra analisada possui pouca semelhança com o chamado complexo dental americano, que não deixa de estar de acordo com os acontecimentos históricos locais”, comenta.

Todo estudo foi realizado em dois anos, sob orientação do professor Eduardo Daruge Junior, especialista na área de Odontologia Legal. As investigações trazem uma maior compreensão para a identificação de ossadas por meio dos dentes, principal indicador quando o crânio está em condições desfavoráveis.

Fonte: Jornal da UNICAMP – ANO XXV – Nº 505

Ainda não havia sido descrito nenhum padrão para a população brasileira

A cirurgiã-dentista Rachel Tinoco acaba de catalogar os traços morfológicos dos dentes da população do Estado do Rio de Janeiro. Uma vez descritos, esses traços permitem maior precisão na identificação étnica de uma pessoa quando, em situações de tragédias, apenas as ossadas estão disponíveis para as análises. Segundo a cirurgiã-dentista, ainda não havia sido descrito nenhum padrão para a população brasileira, e as referências utilizadas tomavam como base as tabelas internacionais. “Os traços morfológicos constituem uma ferramenta adicional – e mais precisa – para a identificação de ossadas com fins periciais, visto que eles variam entre as populações mundiais. No entanto, é importante que se tenham índices locais e atualizados como referência”, explica.

Antes do estudo de Rachel Tinoco, desenvolvido na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), os índices de Antropologia Dental referentes à América do Sul provinham de pesquisas em populações indígenas e hispano-americanas. No entanto, o Brasil possui características muito distintas e, atualmente, existe um nível de miscigenação muito forte com variações regionais bastante evidentes, o que tornaria este padrão desatualizado.

As investigações realizadas com amostras da população fluminense constituem um ponto de partida, pois elas não poderiam servir de referência para os outros Estados brasileiros. A ideia, destaca Rachel, é continuar os estudos até que se tenham amostras de outras regiões. “É certo que os traços catalogados no Rio de Janeiro não seriam os mesmos que encontraríamos em Porto Alegre, onde sabemos possuir uma carga genética europeia forte”, exemplifica.

O estudo contemplou indivíduos entre 18 e 30 anos de idade e levou-se em conta a prevalência de alguns traços antropológicos encontrados no arco dental de brasileiros para buscar a relação com outros índices levantados em estudos anteriores. Foram analisadas cópias fiéis dos dentes feitas em amostras de gesso de 139 pessoas, sendo 59 homens e 71 mulheres. Como critério foi estabelecido que os voluntários deveriam ser de naturalidade brasileira, com ascendentes brasileiros até segundo grau. Também não poderiam ter grau de parentesco com outros participantes.

Foram avaliadas a presença de seis traços antropológicos que já haviam sido descritos nas populações indígenas. Os resultados encontrados foram bem diferentes do esperado. Um deles, o dente incisivo em forma de pá, por exemplo, teve a incidência em apenas 14,29% das amostras. “Era esperado que tivéssemos em torno de 97,9%, de acordo com as referências bibliográficas para a América do Sul”, explica. Outro exemplo foi a ausência de cúspide disto-vestibular (molar inferior tetra-cuspidado). Esperava-se que a incidência fosse de 8,6%, mas foram encontradas em 83,04% da amostra.

Desta forma, explica Rachel, observa-se que as frequências obtidas de todos os traços avaliados destoaram daquelas anteriormente apresentadas como as referências para o grupo ameríndio ou sul-americano. “A amostra analisada possui pouca semelhança com o chamado complexo dental americano, que não deixa de estar de acordo com os acontecimentos históricos locais”, comenta.

Todo estudo foi realizado em dois anos, sob orientação do professor Eduardo Daruge Junior, especialista na área de Odontologia Legal. As investigações trazem uma maior compreensão para a identificação de ossadas por meio dos dentes, principal indicador quando o crânio está em condições desfavoráveis.

Fonte: Jornal da UNICAMP – ANO XXV – Nº 505

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